Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Manifestantes colocam fogo em praça de pedágio no interior de SP

Grupo protestava contra tarifas em rodovia, em Cosmópolis; prefeitura e equipes de TV foram atacadas

'Vamos tentar parar, mas não temos controle', diz jovem; governador classificou ação como 'criminosa'

LUCAS SAMPAIO ENVIADO ESPECIAL A COSMÓPOLIS (SP)

Uma praça de pedágio foi queimada ontem por manifestantes que pedem a redução de tarifas na rodovia Professor Zeferino Vaz (SP-332), em Cosmópolis (a 135 km de SP).

Durante o protesto, que teve cenas de guerra, a prefeitura e policiais foram atacados por manifestantes.

Em seis dias, esse foi o terceiro protesto de moradores da cidade. Os alvos são as tarifas de R$ 6,20 e R$ 8,60 em duas praças de pedágio da rodovia, que liga Campinas a Mogi-Guaçu. Nas outras manifestações houve episódios de vandalismo menores.

O ato começou por volta das 6h, com 30 pessoas. O grupo fechou a rodovia com pneus em chamas e se dirigiu até o pedágio do km 135 da via.

Ao chegar ao local, o grupo reunia mais de 300 pessoas. Por volta das 8h, a Polícia Militar Rodoviária prendeu um manifestante. Houve confronto. Um carro da PM foi atacado e o homem, liberado.

Manifestantes então atearam fogo às oito cabines de cobrança, cones e barreiras. Quebraram câmeras e sensores e agrediram equipes de TV.

A força tática da PM dispersou o grupo, que voltou a promover bloqueios em dois pontos da estrada, queimou dois ônibus parados e seguiu para Cosmópolis.

PREFEITURA

Por volta das 12h, cerca de 500 pessoas, entre manifestantes e curiosos, estavam em volta da prefeitura. Houve nova confusão enquanto uma comissão de ativistas se reunia com o prefeito Antônio Fernandes Neto (PMDB).

A prefeitura passou a ser alvo de pedras e bombas caseiras. Veículos foram alvejados, e o comércio fechou as portas. A PM usou novamente bombas de gás e de efeito moral e o grupo se dispersou.

Ao menos dez pessoas foram detidas sob suspeita de danos ao patrimônio.

Os responsáveis pela convocação dos atos reconhecem que eles "saíram do controle".

"Vamos tentar parar as manifestações, mas não temos mais controle da situação", disse o desenhista mecânico Michael Douglas, 20, que se reuniu ontem com o prefeito da cidade e chegou a ser detido no ato do último dia 28.

Os manifestantes dizem que trabalham em cidades vizinhas, como Paulínia e Campinas e pedem o fim da cobrança para moradores de Cosmópolis, a queda da tarifa em 50% e não cobrança por eixos suspensos de caminhões.

O psicólogo Daniel Andrade, 32, que acompanhou o protesto de ontem à distância, diz ter vendido sua chácara ao lado do pedágio porque gastava R$ 700 por mês.

"Pagava pedágio para levar e buscar a filha na escola, levar mãe ao médico", diz Andrade, que afirma ter perdido 50% na venda da chácara.

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) classificou a ação como "criminosa". "A polícia já está investigando e serão todos presos."

A Artesp (agência estadual de transporte) disse que recebeu a pauta dos manifestantes, mas suspendeu o diálogo porque "o movimento tomou outro rumo".

A concessionária Rota das Bandeiras repudiou a ação de "vândalos" e disse que a depredação ocorreu a despeito de liminar que impedia a aproximação de manifestantes das praças de pedágio.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página