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Análise

Manifestantes 'de branco' na avenida Paulista têm reivindicações antagônicas

CLÁUDIA COLLUCCI DE SÃO PAULO

De branco, os manifestantes pareciam defender uma causa única. Mas dois protestos distintos, com reivindicações antagônicas, dividiram ontem a mesma av. Paulista.

De um lado, os médicos repudiavam o projeto do governo federal de trazer médicos do exterior sem a necessidade de revalidar o diploma.

Do outro, enfermeiros, fisioterapeutas, psicológicos e outros profissionais da saúde protestavam contra a aprovação pelo Senado do Ato Médico, que estabelece uma série de procedimentos que são privativos do médico.

Na cumbuca da importação dos estrangeiros, as outras categorias não metem a colher.

Para o médicos, o plano representa risco aos doentes pobres, que serão tratados por profissionais de formação duvidosa, já que não precisarão comprovar a capacitação por meio do exame em vigor.

A presidente Dilma Rousseff já disse não cederá à pressão. Argumenta que, pelas regras atuais, os estrangeiros aprovados no exame podem trabalhar em todo o país, e não só no SUS e em lugares determinados (periferias e interior), como quer o governo.

O Ato Médico, bandeira óbvia das associação médicas, desagradou a todas as categorias não-médicas. Para o Cofen (Conselho Federal de Enfermagem), atos praticados cotidianamente pela enfermagem no SUS passarão a ser proibidos, ficando somente nas mãos dos médicos.

O diagnóstico de doenças como hanseníase, malária, DSTs, tuberculose e a prescrição de remédios para tratá-las são alguns exemplos.

O CFP (Conselho Federal de Psicologia) também vê prejuízos. Entende que o Ato Médico impede que psicólogos identifiquem sintomas de doenças como depressão.

As duas questões dependem de aprovação de Dilma. Sobre a importação de médicos, a população está dividida, mostrou pesquisa Datafolha. Quanto ao Ato Médico, parece que ninguém entendeu nada ainda.

Nessa confusão, está difícil separar o que é corporativismo do que é ameaça real à saúde da pessoas.


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