Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Flip 2013

Autora encanta festa com 'fazcarigundum'

Em debate ontem sobre Nabokov, tema de seu livro elogiado, franco-iraniana Lila Azam ganha plateia em Paraty

Musa do evento, ela falou sobre a influência do autor de 'Lolita' e cantarolou música de Adoniran Barbosa

RODRIGO LEVINO ENVIADO ESPECIAL A PARATY

A franco-iraniana Lila Azam Zanganeh, 36, foi consagrada em Paraty como a musa desta Flip (Festa Literária Internacional de Paraty).

Ontem, pouco antes de subir ao palco principal e depois de alguns meses estudando português via Skype com um professor brasileiro, a escritora, que fala seis idiomas, temia não ter vocabulário suficiente para levar adiante a discussão com o ensaísta carioca Francisco Bosco, com quem dividiria a mesa "O Prazer do Texto".

Estimulada por colegas -e pelo namorado brasileiro-, pôs o tanto que já dominava à prova. E, no primeiro pedido de desculpas pela pronúncia (cheia de charme e sotaque francês), ganhou a plateia da Tenda dos Autores.

SONHO

Lila é autora de "O Encantador: Nabokov e a Felicidade", um ensaio sobre a busca pela felicidade na obra do autor de "Lolita". Ela disse ter sonhado várias vezes com o próprio durante a feitura do seu livro. Um dos trechos da obra, aliás, traz uma entrevista fictícia com Vladimir Nabokov feita por Lila, no final dos anos 1970. Na verdade, ela tinha apenas dez meses de idade quando o escritor morreu.

"Nos meus sonhos, ele tinha muitas ideias erradas e o pior: não gostava de escritoras e tradutoras de suas obras", disse.

Segundo ela, um teste de fogo foi ter lido em voz alta trechos do livro para Dmitri, filho de Nabokov, que estava doente à época.

"Inicialmente ele ficou bravo, perguntando por que eu havia inventado aquelas coisas que estavam no livro, mas depois me ajudou na pesquisa sobre o pai."

A autora explicou como a personalidade do escritor russo-americano (1899-1977), que enfrentou uma série de tragédias pessoais e encontrou, nos exílios, novos prazeres da vida, a inspirou na busca pela felicidade em seu texto.

Um dos pontos altos da mesa se deu quando Francisco Bosco falava da força da expressão verbal na música quando perde o contato com a realidade e tende à explosão, como as onomatopeias de "País Tropical", do cantor Jorge Ben Jor.

"É como em 'Trem das Onze'", interveio Lila, que continuou, dessa vez cantarolando: "Que tem aquele 'fazcarigundum, fazcarigundum, fazcarigundum'".

A plateia veio abaixo em sorrisos e aplausos.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página