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Roberto Opice (1917-2013)

Formador de advogados e cinéfilo

ESTÊVÃO BERTONI DE SÃO PAULO

Roberto Opice tinha dez anos quando a história de sua família mudou. Em 1927, seu pai, um marceneiro italiano que prosperava com uma fábrica de móveis em Araraquara, no interior paulista, morreu num acidente de carro.

Para piorar, na crise de 1929 a família perdeu tudo. A mãe se viu obrigada a sustentar os cinco filhos com sua máquina de costura. E Roberto, ao tomar consciência da situação, passou a trabalhar para se tornar o chefe da família.

Aos 17 anos, veio sozinho a São Paulo com o intuito de se formar advogado, o que conseguiu em 1940, aos 23, ao concluir os estudos na USP.

No início da carreira, trabalhou como fiscal de rendas do Estado, como conta o filho Luís Augusto, advogado. Até abrir seu próprio escritório, o Advocacia Roberto Opice.

Segundo o filho, o pai formou grandes advogados, mesmo sabendo que iria perdê-los, pois não admitia sócios. De seus clientes dizia que eram, na verdade, amigos e que nunca poderia cobrar por tempo, já que vivia dando conselhos pessoais.

Foi casado com Antonieta, que conhecera ainda em Araraquara. Da janela de casa, viu-a passar na rua, desfilando num bloco de Carnaval.

Adorava cinema e chegou a ter em casa uma sala com tablado e cabine de projeção. Duas vezes por semana, exibia filmes para amigos e familiares. Aderiu depois ao DVD e deixou quase 3.000 deles.

Era "corajoso, confiante e disciplinado", nas palavras do filho. Trabalhou até ser internado no final de junho.

Viúvo desde 2001, morreu na quarta (3), aos 95, de falência renal. Teve quatro filhos, dez netos e 11 bisnetos.


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