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Cotidiano

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Formandos no Brasil farão prova de médico estrangeiro

Governo vai testar alunos para 'calibrar' exame que valida diploma do exterior

Medida que permite comparar desempenho de estudantes provoca novo desgaste com a comunidade médica

FLÁVIA FOREQUE JOHANNA NUBLAT DE BRASÍLIA

Diante de altas taxas de reprovação do exame federal para revalidar os diplomas de medicina obtidos no exterior, o governo decidiu aplicar a prova para alunos de medicina de faculdades brasileiras.

A intenção é constatar se são verdadeiras as críticas de que a prova tem um nível de exigência muito alto e, eventualmente, "calibrar" o exame do próximo ano.

Oficializada em 2011, a prova, chamada de Revalida, nunca teve suas questões pré-testadas, ao contrário de outros exames aplicados pelo Inep (órgão do Ministério da Educação), como o Enem.

No mês passado, integrantes do MEC fizeram reunião com coordenadores de cursos de medicina para apresentar a iniciativa e receberam resposta positiva de algumas instituições.

O objetivo é dispor de uma amostra representativa, de cerca de 4.000 alunos do 6º ano de medicina de todo o país, de instituições públicas e privadas. Isso equivale a quase 26% dos concluintes da graduação, pelo último Censo da Educação Superior.

A prova será aplicada aos formandos no mesmo dia e local em que os candidatos "verdadeiros" farão o Revalida, em 25 de agosto. O edital de inscrição na prova será publicado na próxima semana.

O desempenho dos alunos nacionais na prova não terá qualquer repercussão sobre a conclusão do curso nem será divulgado para as escolas de medicina, mas poderá ser solicitado pelo candidato.

Em 2012, dos 884 candidatos que fizeram o exame, só 8,7% foram aprovados. Grande parte dos diplomas tem como origem a Bolívia (411) e mais da metade dos inscritos (560) são brasileiros.

O exame é dividido em duas fases: uma prova teórica, com questões objetivas e discursivas, e outra de avaliação de habilidades clínicas.

O pré-teste que será aplicado neste ano só se refere à primeira fase, que concentra as grandes taxas de reprovação.

A eventual "calibragem" do exame vem sendo aventada pelo governo nos últimos meses e provoca uma nova faísca no relacionamento com a comunidade médica, que argumenta não haver carência de profissionais no Brasil, e sim má distribuição no território nacional.

Entidades médicas protestaram recentemente, por exemplo, devido ao programa do governo federal para atrair médicos estrangeiros ao interior e periferias e ao plano de obrigar estudantes de medicina a atuar no SUS.

Para o vice-presidente do CFM (Conselho Federal de Medicina), Carlos Vital, o exame "não é complexo".

"O conteúdo que hoje é aplicado é absolutamente coerente com a avaliação de capacidade. Está se fazendo isso sem motivação", disse.

"Infelizmente, temos sido surpreendidos com medidas casuísticas e fisiológicas por parte do governo brasileiro."

Hoje não existe um exame nacional para os estudantes de medicina do Brasil. Em São Paulo, há uma prova do Cremesp (conselho regional) --que teve 45,5% de aprovados no ano passado.


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