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Lucro com ônibus será revisto, diz Haddad

Estudo da Secretaria de Transportes sugere que a taxa de retorno, que hoje pode chegar a 14%, seja reduzida para 9%

Segundo prefeito, fim do contrato com as concessionárias, neste mês, permite rediscutir 'remuneração justa'

MARIO CESAR CARVALHO DE SÃO PAULO

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), disse ontem que irá rever o lucro das empresas de ônibus. Segundo ele, o fim do contrato com as concessionárias, neste mês, permite rediscutir uma "remuneração justa".

As empresas têm um lucro líquido de 7% sobre os R$ 6 bilhões que devem receber da prefeitura --o equivalente a R$ 406,8 milhões. Quando se contabiliza os investimentos dos empresários, a taxa de retorno pode chegar a 14%.

Esse índice, considerado alto por especialistas, é acima dos obtidos em concessões de estradas e aeroportos federais.

Estudo feito pela Secretaria Municipal dos Transportes sugere que a taxa de retorno seja reduzida para 9%, segundo a Folha apurou.

Num exemplo hipotético, se um empresário investisse R$ 1, o retorno seria de R$ 0,14 pela taxa vigente. Se ela cair para 9%, o retorno seria de R$ 0,09 --redução de 36%.

No último dia 30, a Folha revelou que o lucro líquido das empresas de ônibus em São Paulo é 33% acima da média nacional.

Com o ganho menor sugerido no estudo, porém, há risco de as empresas não apresentarem propostas. Mas a Folha apurou que a prefeitura tem três planos para reduzir custos do transporte.

Um deles são os corredores, que aumentariam a velocidade e reduziriam os custos dos empresários.

Outro projeto é centralizar a operação dos ônibus, com todas as empresas obedecendo a um comando unificado.

O terceiro plano é acabar com sobreposições de linhas. A prefeitura calcula que seria possível economizar R$ 500 milhões dos R$ 6 bilhões pagos para as empresas.

Haddad, no entanto, não disse para quanto pretende reduzir a taxa de retorno.

"Na época que o contrato foi assinado, a taxa de juros estava na casa de 25%. Essa realidade mudou."

Em São Paulo, o número de passageiros cresceu 16% entre 2005 e 2012 --de 2,5 milhões para 2,9 milhões por ano, segundo a SPTrans.

Pressionado pelas manifestações de rua em junho e pelos empresários, Haddad decidiu cancelar a licitação, negócio estimado em R$ 46 bilhões por 15 anos. Ele disse que a nova concorrência só será retomada após discussões com a "sociedade".


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