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Principal era aprovar metas, diz governo

Apesar de sua proposta ter sido alterada, gestão Alckmin afirma estar satisfeita com decisões das universidades

Uma das dificuldades para chegar aos objetivos é a baixa procura das escolas públicas ao vestibular

DE SÃO PAULO

Apesar de USP e Unicamp terem aumentado o prazo para se chegar às metas de inclusão propostas pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), a gestão estadual paulista diz estar satisfeita com as decisões.

"A aprovação das metas pelas universidades é a espinha dorsal da proposta", diz Carlos Vogt, assessor especial do governo para assuntos de ensino superior.

De acordo com ele, cada universidade fará o que for preciso para atingir as metas.

"As universidades estão avaliando suas próprias estratégias", afirma.

Em privado, professores que participaram da elaboração da proposta inicial do governo --que teve o apoio dos reitores-- afirmam que chegaram a temer que as metas nem fossem aprovadas pelos Conselhos Universitários.

Um dos problemas, dizem, foi a proposta da criação do "college", que enfrentou forte resistência nas faculdades.

A ideia era que o aluno de escola pública se preparasse melhor no curso intermediário, de dois anos, antes de ingressar nas universidades.

Mas houve críticas em relação ao modelo semipresencial e à demora que haveria até o aluno entrar na USP, na Unesp ou na Unicamp.

Assim, o governo passou a defender que o importante eram as metas. As ações ficariam a cargo de cada escola.

ATRATIVIDADE

Um dos problemas para que as metas de aprovados egressos do ensino médio público sejam atingidas é a baixa procura desse público pelos vestibulares.

Apesar de a rede pública representar 85% do total de matrículas no Estado, a participação desses alunos entre os inscritos na Fuvest é de apenas 35%. Na Unicamp, a taxa chega a 28%.

Professores da USP envolvidos nas discussões apontam que corre-se o risco de se aprovar estudantes com muito deficit de conteúdos se a universidade "forçar" que 50% dos calouros sejam de escolas públicas.

Além disso, é preciso garantir que os alunos permaneçam nas instituições.

"Sabemos que os alunos que vieram de escolas públicas terão dificuldades, inclusive financeiras, para se manter", afirma Vera Lucia Felicetti, doutora em educação e especialista em inclusão social na educação superior.

"As universidades também precisam se preparar para isso", complementa.

DESIGUALDADE INTERNA

A participação de egressos de escolas públicas varia de curso para curso.

Na Unesp, por exemplo, 40% dos matriculados vieram do ensino oficial. Mas, em medicina, a taxa cai para 2%.

A universidade afirmou, via assessoria de imprensa, que aposta em cursinhos pré-vestibulares gratuitos para que as metas sejam atingidas.

Assim, quem não teve um bom ensino médio --que, em geral, é particular-- poderia compensar o deficit no cursinho da própria Unesp.

A partir deste ano, a USP também seguirá estratégia dos cursinhos. Serão oferecidas mil vagas, destinadas a alunos que tiveram bom desempenho no vestibular. Eles também ganharão auxílio financeiro.


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