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Paradeiro de sobreviventes da Candelária é ignorado

Desde 1993, 44 dos 70 jovens atacados no Rio morreram de forma violenta

Para integrante do Candelária Nunca Mais, 'nenhum governo fez qualquer movimento para mapear os jovens'

FABÍOLA ORTIZ COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Passados 20 anos da chacina da Candelária, no Rio, quando oito jovens foram mortos por policiais, o paradeiro de grande parte dos sobreviventes é desconhecido.

Desde o crime, em 23 de julho de 1993, 44 dos 70 jovens que dormiam nas ruas no centro perderam a vida de forma violenta. As vítimas eram, em sua maioria, negras e pobres.

"Ninguém sabe exatamente a identidade das pessoas que dormiam na Candelária", afirma o assessor de direitos humanos da Anistia Internacional Maurício Santoro.

"Nenhum governo fez qualquer movimento para mapear esses jovens", disse Patrícia Tolmasquim, do movimento Candelária Nunca Mais.

Três pessoas foram condenadas a penas entre 204 e 309 anos de prisão, mas estão em liberdade, beneficiadas por indulto ou em condicional: Marcus Vinícius Emmanuel Borges, Nelson Oliveira dos Santos e Marco Aurélio Dias de Alcântara.

Um dos suspeitos, Arlindo Afonso Lisboa Júnior, ainda não foi julgado pela chacina --ele foi condenado a dois anos por ter em seu poder uma das armas do crime.

Wagner dos Santos, que sobreviveu apesar de ter levado quatro tiros, é a principal testemunha no processo. Ele ajudou no indiciamento de cinco policiais militares como autores do massacre.

Em setembro de 1994, Wagner sofreu um atentado na Central do Brasil e, ameaçado, deixou o país. Hoje, aos 40 anos, vive na Suíça e enfrenta sérios problemas de saúde causados pelos tiros.

Segundo a família, ele recebe do governo brasileiro dois salários mínimos por mês.

Outro personagem da chacina da Candelária que teve fim trágico foi Sandro do Nascimento, morto pela polícia em junho de 2000, no episódio do assalto ao ônibus 174.


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