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Policiais vão parar em protesto contra prisão de chefe do Denarc

Na segunda-feira, agentes civis planejam não registrar ocorrência nem fazer investigação durante duas horas

Promotor afirma que detenção de policial suspeito de vazar dados foi necessária; delegado já foi solto pela Justiça

ANDRÉ CARAMANTE AFONSO BENITES DE SÃO PAULO

Entidades que representam delegados da polícia paulista promoverão nos próximos dias protestos contra a prisão do ex-chefe do Denarc (departamento de narcóticos) Clemente Calvo Castilhone Júnior, sob suspeita de vazar informações da instituição.

Numa das manifestações, policiais civis de todo o Estado planejam não registrar ocorrências nem fazer investigações das 10h às 12h de segunda. O ato, chamado de Operação Blecaute, é organizado pela Adpesp (Associação dos Delegados de Polícia de SP).

Já o Sindpesp (Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado) prepara para a noite de hoje um ato de desagravo.

O delegado Castilhone chefiava o setor de inteligência do Denarc e ficou preso entre os dias 15 e 18. Outros nove policiais foram detidos sob a suspeita de venderem informações e extorquirem dinheiro de traficantes de Campinas da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

O Gaeco (grupo de promotores que investiga o crime organizado) de Campinas pediu a prisão de Castilhone por acreditar que ele vazou informações de uma operação para prender traficantes.

Esses criminosos são ligados a Wanderson Nilton Paula Lima, o Andinho, que está preso há quase 11 anos.

Em nota, o Sindpesp diz que a Promotoria "expôs de maneira leviana a imagem da Polícia Civil e, principalmente, do delegado" ao pedir à Justiça as prisões de Castilhone Júnior e de Fábio do Amaral Alcântara, também do Denarc.

A Associação dos Delegados de Polícia do Brasil afirmou que "o Ministério Público passou a se valer de suas investigações como elemento de propaganda, objetivando a desmoralização de agentes públicos e instituições".

O promotor José Cláudio Tadeu Baglio, do Gaeco, não foi localizado ontem. Na sexta, ele afirmou que a prisão de Castilhone foi "drástica, mas absolutamente necessária" para entender como foi o vazamento de informações.

Ele reconheceu que o delegado não tinha participação no suposto esquema de corrupção e não vazou de forma proposital qualquer informação. A Promotoria pediu a libertação do delegado.

O Gaeco suspeitava que Castilhone tinha vazado informações apresentadas em reuniões do CIISP (Centro Integrado de Inteligência de Segurança Pública de SP), órgão que integra as polícias Civil, Federal e Militar.

Em repúdio à prisão de Castilhone, outros membros da Polícia Civil que atuam no CIISP, apurou a Folha, cogitam deixar o órgão, com receio de também serem acusados de vazamento.


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