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Médicos fazem paralisação em 14 Estados contra ações do governo

Mobilização de 24 horas suspende consultas, exames e cirurgias marcadas na rede pública

Programa Mais Médicos foi principal alvo do protesto; no Recife, ato fez enterro simbólico do ministro da Saúde

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Médicos paralisaram atividades ontem em ao menos 14 Estados em protesto contra ações recentes do governo federal envolvendo a categoria.

Na maior parte dos casos, a greve de 24 horas resultou na suspensão do atendimento eletivo (consultas, exames e cirurgias marcadas) no SUS. Procedimentos de urgência e emergência foram mantidos.

A paralisação nos Estados integra mobilização nacional da classe médica contra medidas recentes do Planalto.

O alvo principal é o Mais Médicos, lançado pelo governo Dilma Rousseff na esteira dos protestos de junho e que prevê levar médicos brasileiros e estrangeiros para o interior do país e ampliar a duração do curso de medicina, adicionando dois anos de serviços obrigatórios ao SUS.

"O problema não é falta de médico, mas falta de estrutura e investimento. É como contratar cozinheiros sem feijão, fogão ou pratos", diz José Pontes, presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará.

A Fenam (Federação Nacional de Médicos) registrou adesão à paralisação em SP, PR, MG, GO, BA, PE, CE, RN, MA, MS, PB, PA, SE e AC.

Em São Paulo, só médicos residentes participaram.

No Acre, diferentemente dos outros Estados, os médicos entraram em greve por tempo indeterminado. A categoria reivindica também concurso público e melhores condições de trabalho.

As estimativas de adesão foram variadas, com projeções de sindicatos entre 50% (Paraná) e 80% (Paraíba).

Em Pernambuco, um ato no Recife promoveu o enterro simbólico do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que está viajando pelo país defendendo o Mais Médicos.

Governos minimizaram o impacto das paralisações. Em Minas, a Saúde estadual não registrava greve nos hospitais da rede, enquanto a capital apontava adesão de 26%.

As entidades também repudiam os vetos do governo à lei do Ato Médico --que tinha respaldo da categoria.

A lei, que tramitou por 11 anos no Congresso, regulamenta a atividade dos médicos, definindo áreas de atuação privativa da categoria e outras liberadas a demais profissionais de saúde.

Os vetos de Dilma excluíram a demanda central dos médicos: garantir que o diagnóstico de doenças e a prescrição terapêutica fossem atos privativos dos formados em medicina.

A Fenam e outras entidades planejam novas paralisações para os próximos dias 30 e 31, e tentam buscar apoio de profissionais da rede privada. As entidades devem entrar hoje com ação no STF (Supremo Tribunal Federal) contra o Mais Médicos.


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