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Três policiais suspeitos de ajudar tráfico são liberados
Em um dos casos, soltura foi pedida pelo próprio Ministério Público
Segundo a Promotoria, policial do Denarc foi solto 'por cautela' após não ser reconhecido por uma testemunha
Mais um policial civil investigado por suspeita de extorsão a traficantes de Campinas (a 93 km de São Paulo) foi solto a pedido do Ministério Público, ontem.
Outros dois, do 10º DP de Campinas, seriam libertados ainda nesta madrugada --a prisão temporária deles venceria à meia-noite e os promotores não pediram a prisão preventiva.
Rodrigo De Longhi de Mello, do Denarc (departamento de narcóticos) foi liberado no início da noite.
Segundo o promotor Ricardo Schade, uma testemunhas que fez o reconhecimento dos suspeitos, anteontem, titubeou na hora de confirmar o envolvimento de Mello no suposto esquema.
"Como o Ministério Público trabalha com 100% de certeza, por cautela, decidimos pedir a soltura desse policial", disse o promotor.
Mello e outros 12 policiais foram apontados na semana passada como suspeitos de informar e proteger traficantes ligados à facção criminosa PCC em Campinas.
Segundo a investigação, policiais receberiam por ano até R$ 660 mil dos criminosos. Escutas telefônicas feitas durante as apurações levaram à identificação dos policiais, segundo a Promotoria.
Na última quinta, o delegado Clemente Castilhone Júnior, ex-chefe da inteligência do Denarc, também foi liberado. A soltura teve aval do Ministério Público, que, após depoimento do delegado, descartou seu envolvimento com os traficantes.
REAÇÃO
A prisão de Castilhone provocou protestos de entidades que representam delegados do Estado, que ameaçam fazer uma paralisação na próxima segunda-feira.
Eles criticam a investigação conduzida pelo Gaeco (grupo de combate ao crime organizado).
Ontem, o procurador-geral de Justiça, Márcio Elias Rosa, divulgou uma nota de apoio aos promotores. "Em breve tempo as investigações terão conclusão e os fatos e as circunstâncias, incluindo a responsabilização dos que forem apontados como réus, serão plenamente determinados."