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Eleandro Altemir Graeff Dickel (1992-2013)
Ajudou a criar projeto para crianças deficientes
ANDRESSA TAFFAREL DE SÃO PAULONos últimos meses, era comum ouvir as crianças da Apae que fazem aula no Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo, em Sertão (RS), perguntando pelo "Chapada".
Era assim que elas gostavam de chamar Eleandro Altemir Graeff Dickel, numa referência à cidade do interior gaúcho onde o jovem morava.
Guia dos cavalos, Eleandro estava afastado do centro para se tratar da leucemia que descobriu em setembro de 2011. Não gostava, porém, de ficar longe do trabalho voluntário, projeto que ajudou a criar após entrar para o curso de tecnologia em agronegócio, no IFRS (Instituto Federal do Rio Grande do Sul).
"Nessa última internação, perguntamos se ele não queria que buscássemos as coisas dele em Sertão, e ele disse que não, porque iria voltar para lá, iria voltar para a equoterapia", conta a irmã Mara.
Também não gostava de dizer que estava doente. Quando os amigos mandavam mensagens pelo Facebook querendo saber notícias dele, a resposta era sempre a mesma: "Estou bem".
Foi justamente por causa dessa posição de Eleandro em relação à doença que a família fez uma campanha "silenciosa" em busca de um doador, após descobrir que nenhum familiar era compatível para o transplante.
Ainda assim, por ser gremista fanático, uma das torcidas organizadas do time pediu doações de sangue e medula para o rapaz.
Morreu no último dia 2, aos 21 anos, em Passo Fundo (RS), onde estava internado. Deixa as irmãs, Mara e Claudia, e os pais, Marlei e Alceu, que, após a morte do filho, foram conhecer o centro de equoterapia.