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Análise
Iniciativa precisa de controle da sociedade para funcionar
EDUARDO GERAQUE DE SÃO PAULOPermitir que os parques públicos sejam explorados pela iniciativa privada é bem visto por ambientalistas.
Mas existem ressalvas. Ações como essas funcionam desde que os planos de manejo (espécie de plano diretor) dos parques estejam em vigor. A melhor forma de fazer isso, dizem eles, é discutindo esses planos com a comunidade que usa o parque, via conselhos consultivos.
Sem essa ferramenta, o administrador privado poderá cometer abusos e até desvirtuar a vocação que toda a área verde tem.
O modelo de concessão que o governo de São Paulo quer implantar em três importantes áreas do Estado tem respaldo em muitas iniciativas internacionais.
O famoso Grand Canyon, nos Estados Unidos, por exemplo, tem uma fundação privada, que recebe recursos todos os anos para desenvolver ações no parque.
O estatuto atual da área, que está voltada para a preservação de seus recursos desde o século 19, é de 1997.
O plano de manejo atual demorou quatro anos para ficar pronto, o que só ocorreu depois de uma ampla discussão com as comunidades locais e tribos indígenas que vivem na região.
A cada ano, cinco milhões de pessoas visitam o local, um dos parques naturais mais visitados do planeta.
Mesmo no Brasil, a concessão é uma realidade. O parque nacional de Iguaçu, no Paraná, está aberto sob esse modelo. A concessionária que administra o local trabalha com um público que tem girado, a cada ano, em 1,5 milhão de pessoas.
Lá fora ou aqui, só com a participação da sociedade civil é que as concessões podem ser bem sucedidas.