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Condenado ganha autorização para viajar, mas não volta

Justiça brasileira liberou israelense para ir à Inglaterra ver o nascimento do neto; Interpol pode ser acionada

Justificativa para fazer a visita comoveu um juiz federal, que chamou de 'sublime' o sentimento de ter neto

ITALO NOGUEIRA DO RIO

O pedido do israelense Mier Zloof, 55, comoveu os juízes do Tribunal Regional Federal do Rio. Condenado a nove anos de prisão por formação de quadrilha armada, contrabando e lavagem de dinheiro, ele pediu para viajar à Inglaterra para assistir ao nascimento do neto.

Recorrendo em liberdade, o israelense teve o voto de confiança de dois juízes federais do tribunal. Não correspondeu: deveria ter voltado ao país na quinta-feira e agora é considerado foragido pelo Ministério Público Federal.

Zloof foi condenado por participação numa quadrilha que explorava máquinas caça-níqueis e fazia importação ilegal de carros de luxo. O esquema envolveu jogadores de futebol famosos, como Emerson Sheik, do Corinthians. Ele foi absolvido, mas a procuradoria recorreu da decisão.

Segundo a sentença, Zloof atuava no contrabando de peças para as máquinas. Comprava placas na Inglaterra.

A atuação internacional foi um dos motivos para a procuradoria rejeitar o pedido de viagem, a primeira após a condenação no ano passado.

Mas dois juízes do tribunal discordaram da análise. Pesou a favor do israelense o fato de ele já ter viajado por três vezes antes da condenação e voltado na data marcada.

Os magistrados também consideraram que, por ter pago R$ 1 milhão em fiança para se livrar da prisão preventiva, o condenado não fugiria --ele pode recuperar o valor se for absolvido e obedecer à Justiça até o fim do processo.

'SUBLIME'

Mas o argumento que mais comoveu os magistrados foi o nascimento do neto do israelense, motivo alegado para a viagem. O juiz Paulo Espírito Santo levou em consideração o "sublime sentimento" de ter um neto.

"Acho que só eu tenho esse sublime sentimento [na Turma], pois sou apaixonadíssimo pela minha quinta neta. Ela está até no meu telefone, e o tempo todo ligo para olhar a carinha dela, tem cinco meses", disse o juiz.

A Procuradoria Regional da República já pediu a prisão preventiva de Zloof e a emissão de alerta pela Interpol para detenção do foragido em outros países.

Os advogados do israelense não retornaram às ligações da reportagem.


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