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Em protesto, vans escolares travam vias de São Paulo
Motoristas que atendem alunos da rede municipal querem reajuste de 50%; prefeitura diz já ter dado aumento de 15%
Entrada da prefeitura chegou a ser bloqueada pelos manifestantes; governo diz que mudará serviço no próximo ano
Motoristas de vans que transportam alunos da rede municipal fizeram ontem um protesto por reajuste, interditando vias de São Paulo. A entrada da prefeitura, no centro, chegou a ser bloqueada por cerca de cem manifestantes.
O viaduto do Chá e a rua Libero Badaró, no centro, foram totalmente fechados pelos perueiros, que também ocuparam faixas das avenidas Radial Leste, 23 de Maio e Paulista e da rua da Consolação.
A categoria pede reajuste de 50%. A prefeitura diz que deu aumento de 15% em maio.
Segundo Hélio Menezes, presidente da Artesul (associação de transporte escolar), os motoristas ganham de R$ 3 mil a R$ 8 mil por mês, e os gastos variam de R$ 6 mil a R$ 8 mil.
Os perueiros recebem também um repasse da prefeitura de R$ 1.700 a R$ 2.800, dependendo do tamanho do veículo. Eles querem mais R$ 3.000 no valor fixo e R$ 1,75 no quilômetro rodado.
"Queremos um reequilíbrio econômico-financeiro. Os custos são muito altos perto do que ganhamos. Ganhamos R$ 36,88 por aluno transportado e R$ 0,25 por quilômetro rodado. Queremos R$ 80 e R$ 1,75", disse Menezes.
Segundo a Artesul, 50 mil alunos foram atingidos pelo protesto. Para a Secretaria de Educação, das 1.983 vans que atendem 71 mil crianças do programa de transporte gratuito, pararam 178, que, juntas, transportam 3.560 alunos.
Uma comissão se reuniu com o secretário de Governo, Antônio Donato, mas a prefeitura afirmou não ter condições de dar o reajuste pedido.
"O programa é essencial para as crianças, principalmente da periferia. Em maio, já houve reajuste de R$ 700, que foi sacrifício orçamentário. Atender às atuais reivindicações não tem a mínima possibilidade financeira", afirmou o secretário dos Transportes, Jilmar Tatto.
Segundo ele, o programa será reestruturado em 2014. "Mas, neste ano, nada muda."