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Médicos formados fora do país estão concentrados no Sudeste

Diplomados no exterior não chegam a 2% dos profissionais

CLÁUDIA COLLUCCI DE SÃO PAULO

Médicos que trabalham no país com diplomas revalidados se concentram nos mesmos grandes centros que os colegas: 42,2% estão em São Paulo, Rio e Minas Gerais.

Essa foi uma das razões apontadas pelo governo federal para dispensar do exame de revalidação (Revalida) os estrangeiros selecionados no programa Mais Médicos--estopim da guerra entre o Ministério da Saúde e as entidades médicas.

Historicamente, o Brasil sempre atraiu poucos médicos estrangeiros. O estudo Demografia Médica no Brasil mostra que eles não chegam a 2% dos 378 mil médicos com registro ativo no país.

Essa parcela inclui os brasileiros que se formam no exterior --64,8% do total de 7.284 com diplomas estrangeiros. A maioria se formou na América Latina e 80% deles não são especialistas.

O estudo do CFM (Conselho Federal de Medicina) e do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) também mostra que, depois da implantação do exame nacional Revalida, em 2010, pelo governo federal, caiu muito a vinda de médicos estrangeiros.

Em 2012, só houve 121 registros, o menor número desde 2000, início do levantamento. O pico tinha sido em 2004, com 830 registros.

Antes do Revalida, a única opção para regularizar o diploma era em universidades públicas brasileiras. O processo era demorado e cada instituição tinha suas regras.

O Revalida é aplicado pelo Inep (Instituto Nacional e Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), em parceria com os ministérios da Educação, da Saúde e de Relações Exteriores.

Para Gustavo Gusso, professor de clínica geral da USP, a importação de médicos é a forma mais efetiva, a curto prazo, de preencher vagas abertas no interior do país. "É a única solução."

Segundo ele, é praxe os países desenvolvidos reservarem vagas para estrangeiros e há grande disputa por elas. "No Canadá, 10% das vagas de residência são para estrangeiros. Nos EUA, são as vagas que sobram. Muitas são em medicina de família, que os americanos não querem."

Nesses países, segundo ele, as provas seletivas são classificatórias, não eliminatórias como o Revalida. "É um modelo interessante que o país deveria estudar."

E também há regulação para que as vagas não fiquem concentradas. "Não é só para estrangeiros que as vagas são longínquas. Ninguém trabalha onde quer. É o governo que aponta onde as novas devem ser abertas. Aqui, os médicos não estão acostumados que governo regule."


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