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Turbulência em voo joga passageiros da TAM no teto e fere 15

Duas passageiras continuavam internadas; Airbus que saiu de Madri para SP teve que pousar em Fortaleza

Quem estava sem cinto foi arremessado; pilotos citam hipótese de falha em radar ou fenômeno repentino

AGUIRRE TALENTO DE FORTALEZA RAFAEL TATEMOTO EDUARDO GERAQUE DE SÃO PAULO

Um Airbus A330 da TAM que saiu de Madri em direção a São Paulo teve que fazer um pouso de emergência em Fortaleza na madrugada de ontem depois de enfrentar uma forte turbulência.

Quinze pessoas ficaram feridas, incluindo três tripulantes. Duas passageiras continuavam internadas ontem.

Uma delas, a colombiana Tatiana Roncancio, 32, sofreu uma fratura na coluna. A outra, a peruana Graciela Aguilar, 52, não teve fratura.

A turbulência ocorreu por volta da 0h20, sobre o Atlântico, a 460 km de Fortaleza.

O fenômeno fez o avião subir, descer e balançar subitamente por cerca de dez segundos, dizem passageiros. Quem estava sem cinto foi arremessado: uma parte de plástico do teto se rompeu.

Houve pânico: "O avião caiu de uma vez. Já era', falei para a minha mulher", disse o contador Vágner Moreira, 37. Ele estava acordado e afirmou que o aviso de atar cintos estava apagado no momento da turbulência.

"Foram horas difíceis. Muita gente gritando, pessoas nervosas, chorando." A tripulação ordenou aos passageiros que não fotografassem ou filmassem, afirmou ele.

Após a turbulência, o piloto então declarou emergência e pousou à 1h36 em Fortaleza. O copiloto informou à torre de controle que o avião não havia sofrido danos.

RADAR

Previsões meteorológicas indicam a presença de um CB (cumulus nimbus) perto de onde o avião da TAM passou; são nuvens gigantes com correntes de ar ascendentes e descendentes que os pilotos sempre evitam --elas são detectáveis e aparecem em vermelho no radar do avião.

Dois pilotos da TAM disseram à Folha que o radar do avião apresentou "intermitência", o que pode ter induzido a tripulação a erro, a ponto de a formação de nuvens não ter sido notada.

Questionada, a TAM não confirmou nem negou a possível "intermitência" do radar. A empresa informou que não comenta "investigações em andamento" e que a ocorrência no Airbus está sob apuração do Cenipa, órgão da Aeronáutica que abriu investigação sobre o caso.

Outra possibilidade cogitada em casos desse tipo é um fenômeno chamado turbulência de céu claro, que os radares do avião não detectam.

'PERFEITAS CONDIÇÕES'

O episódio foi tratado pelo Cenipa como "acidente aeronáutico". Isso acontece quando há feridos graves ou dano ou falha estrutural ao avião.

A TAM diz que a aeronave (PT-MVL) tem sete anos e está em "perfeitas condições de voo, cumprindo todos os requisitos de segurança".

Os passageiros que pararam em Fortaleza foram levados em um outro avião para o aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo), onde pousaram no final da tarde.

O avião que veio de Madri foi levado para o centro de manutenção da TAM em São Carlos, no interior paulista.


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