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Brasil é impulso na estratégia de comunistas

DA ENVIADA A HAVANA

O contrato para envio de médicos cubanos ao Brasil é conquista estratégica --diplomática e econômica-- para o governo de Cuba, criticado pelo regime de partido único e repressão à dissidência política.

A chancela da maior economia da América Latina ao programa médico cubano alarga o prestígio conseguido pelas chamadas "missões médicas", iniciadas nos anos 1960 por ideia de Fidel Castro.

As missões, hoje em 58 países --a maioria, como o Haiti, não paga pelos serviços-- são a maior arma "soft power" (a capacidade de um país de exercer sua influência no plano moral, cultural e ideológico) da ilha comunista.

A atuação dos médicos, formados no sistema cubano, atrai simpatias pelo mundo e funciona como propaganda automática do regime que garante acesso universal à saúde e educação --ainda que os profissionais se abstenham de fazer discurso político.

Ao programa pode ser creditada parte do apoio a Cuba nas votações da ONU contra o embargo econômico imposto pelos EUA, vigente há 50 anos. Só EUA, Israel e Palau votaram a favor em 2012.

DEPENDÊNCIA

Para especialistas e diplomatas ouvidos pela Folha, a inclusão do Brasil, com intermediação da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), é importante porque, nas Américas, amplia o escopo de clientes para além dos países alinhados politicamente, liderados pela Venezuela, e países menos desenvolvidos que Cuba.

"O contrato brasileiro é estrategicamente importante pois permite que Cuba diminua sua dependência de uma única aliança estratégica", diz a americana Julie Feinsilver, especialista no tema, referindo-se à Venezuela, o maior parceiro da ilha, que paga com petróleo o serviço de 30 mil profissionais de saúde.

Com o negócio, Cuba conseguiu alinhar ideologia e diplomacia ao pragmatismo, já que hoje a exportação de serviços médicos é a maior entrada de dólares na economia.

A "diplomacia de branco" foi elogiada até pelo presidente americano, Barack Obama, em 2009. Desde 2006, os EUA, porém, dão vistos a médicos cubanos que desejem desertar.


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