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Médico cubano tenta se inscrever sem intermediação do seu governo

Principal obstáculo é o custo para obter documentos, de US$ 600

FLÁVIA MARREIRO ENVIADA ESPECIAL A HAVANA

Com o comprovante de inscrição no Mais Médicos na mão, Camilo esperava para ser atendido no guichê da Embaixada do Brasil em Havana na sexta-feira passada.

Cirurgião, o cubano quer tentar a sorte no programa, mas sem a intermediação do governo comunista.

"Nada diz que um cubano não pode entrar de maneira independente. Eu quero levar minha família", conta ele, ao lado de Dália, amiga de infância e também médica decidida a trabalhar no Brasil. Ambos preferiram não dizer os nomes reais.

A funcionária da representação explica que telefonará para explicar o andamento da inscrição. Avisa, no entanto, que eles precisarão legalizar os documentos pedidos pelo Mais Médicos --alguns dos quais dependem do governo cubano.

O problema é o custo: obter selos e legalizações nas instituições cubanas não deve custar menos de US$ 600, e sem garantia de que a inscrição será aceita no final. O salário do cirurgião de 33 anos é de US$ 23 mensais.

O médico esteve dois anos na Bolívia, parte de um contrato de cooperação entre Havana e La Paz. Ganhava US$ 280 e conseguiu juntar US$ 4.000. Com o dinheiro, reformou a casa.

De volta à ilha e ao salário irrisório para manter a família (mulher e dois filhos), o cirurgião tentou fazer pizza, mas o negócio não andou.

"SEM TRAVAS"

Num primeiro momento, a embaixada brasileira em Havana foi orientada pelo governo brasileiro a não receber inscrições individuais de médicos cubanos.

Foi o que aconteceu com a pediatra Consuelo, 43, que tinha feito a pré-inscrição no site do Mais Médicos e não pôde continuar os trâmites.

Agora, a embaixada está recebendo inscrições individuais. Ao menos cinco cubanos entregaram documentos. Nenhum foi aprovado na listagem já divulgada.

Questionado, o Ministério da Saúde informou que não há "travas" para a inscrição individual de cubanos dentro ou fora de Cuba.


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