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Jan Kuchar (1921-2013)

Um imigrante deslocado de guerra

ESTÊVÃO BERTONI DE SÃO PAULO

Logo ao chegar ao Brasil em 1947, vindo da Ucrânia, Jan Kuchar seguiu para Lins (SP) com a mulher e a filha. Tinha um contrato de dois anos a cumprir numa fazenda de café. Seu trabalho ali visava pagar os custos de sua viagem.

Mas Jan, "imigrante deslocado de guerra", como a documentação brasileira o identificava, dedicou-se tanto ao serviço que antes do prazo pagou sua dívida e veio a São Paulo.

Embora seu sobrenome, segundo a família, significasse cozinheiro em ucraniano, ele trabalhou primeiro na Chocolates Pan antes de entrar para a gráfica Pancrom, onde ficaria por 57 anos. Aposentou-se como impressor gráfico.

Filho de agricultores católicos, chegou a lutar na Segunda Guerra, do lado alemão. Na Áustria, conheceu a mulher, Stefania, com quem se casou em 1946. Entusiasmou-se com a possibilidade de vir ao Brasil, "uma terra nova sem guerras".

Veio já com a primeira filha, que dormia num berço improvisado numa maleta. No Brasil, teve mais dois filhos. Uma delas, Nádia, conta que o início da nova vida dos pais foi difícil. Devido à dificuldade com a língua, às vezes Jan tinha de se comunicar por mímica.

Acabaria conseguindo comprar um lote em São Paulo, no qual morou até o fim da vida. Ajudou a fundar a paróquia Nossa Sra. Imaculada Conceição na Vila Bela e foi secretário-geral da Sociedade Ucraniana-Brasileira Unificação.

Era sério, mas "se soltou mais" quando vieram os netos. Adorava ler --em ucraniano.

Sofrera três quedas e tivera um início de pneumonia. Viúvo desde 1999, morreu na segunda (2), aos 92, devido a problemas pulmonares. Teve seis netos e duas bisnetas.


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