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Conselho investiga médicos que dão treinamento a estrangeiros em PE

Professores afirmam serem alvo de perseguição política por parte do CRM e do sindicato

Tutores são acusados de ensinar a 'não médicos' --profissionais de programa federal sem diploma revalidado

DE MANAUS

Uma sindicância no Conselho Regional de Medicina de Pernambuco investiga dois professores da Faculdade de Medicina da universidade federal local.

A acusação contra eles: ensinar medicina a um grupo de "não médicos". No caso, são os estrangeiros do programa federal Mais Médicos, que não têm o Revalida (exame de revalidação do diploma) e, por isso, não são considerados médicos pelo conselho.

Rodrigo Cariri, 36, e Paulo Roberto de Santana, 57, foram nomeados tutores da Universidade Federal de Pernambuco para o programa e participaram, no Recife, do período de treinamento aplicado aos profissionais estrangeiros.

"Estão nos processando como se tivéssemos cometido um erro médico", diz Cariri.

"No meu entender é perseguição política. Temos passado por constrangimento, estamos sendo acusados de faltar com a ética, minha família está sendo incomodada, preciso dar satisfações sobre isso o tempo todo."

CÓDIGO DE ÉTICA

O Sindicato dos Médicos de Pernambuco, após assembleia, enviou a acusação ao CRM com base no artigo 49 do Código de Ética Médica: "Assumir condutas contrárias a movimentos legítimos da categoria médica com a finalidade de obter vantagens".

O presidente do sindicato, Mário Jorge Lobo, traduz a acusação. "Os médicos estrangeiros não fizeram o Revalida e não tinham ainda este registro provisório. Portanto, não eram considerados médicos", afirma.

"E quem ensina medicina a não médicos está cometendo uma infração", completa.

Segundo Cariri, a AGU (Advocacia Geral da União) os representará no processo.

Os dois profissionais afirmam que continuarão participando do programa.

"Não estou cometendo um crime, apenas participando de um projeto nacional para levar mais médicos ao povo brasileiro", disse Santana.

O CRM-PE diz que a investigação corre em sigilo e que os dois médicos poderão até, em decisão extrema, ter os registros cassados.

"Nem tudo que é legal é ético. A legislação em questão não é a da Justiça comum", afirma a presidente do conselho regional, Helena Maria Carneiro Leão.

O sindicato nega promover perseguição política.

"Não foi uma denúncia do sindicato, mas da assembleia, que é soberana", disse Lobo à reportagem.


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