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Governo mantém paridade e dá 7% de reajuste para policiais

Após crise, Estado desiste da ideia de corrigir salário da Polícia Civil em índice maior do que o da PM

Secretaria nega que tenha proposto fim da equidade entre as categorias, que existe desde a década de 1980

MARIO CESAR CARVALHO AFONSO BENITES DE SÃO PAULO

Depois de um princípio de crise, a secretaria de Segurança de São Paulo recuou da ideia de corrigir os salários da Polícia Civil com um índice superior aos das Polícias Militar e Técnico-Científica.

As três categorias, assim como os agentes penitenciários, terão correção de 7%.

A inflação nos últimos 12 meses, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), foi de 6,09%.

O reajuste de 7% é o menor em três anos. No ano passado, houve aumento de 11%, e em 2011, de 15%. Porém, o aumento acumulado em três anos, de 36,59%, é praticamente o dobro da inflação.

Os salários da polícia de São Paulo estão entre os mais baixos do país. Os delegados em início de carreira, por exemplo, ganham R$ 7,2 mil --é o 25º do país, segundo a associação dos delegados de SP. Só Paraíba e Minas têm salários menores.

O princípio de crise havia sido criado pelo plano da secretaria de corrigir os salários de investigadores e delegados na casa dos 20%, segundo a Folha apurou, enquanto os dos policiais militares ficariam abaixo desse patamar, rompendo o acordo de paridade.

Oficialmente, a secretaria diz que não houve essa discussão, mas oficiais da PM, delegados e entidades de policiais disseram que essa tese era defendida pelo secretário Fernando Grella Vieira.

O secretário demonstrou estar irritado com a interferência da PM na discussão.

A paridade salarial começou no governo Franco Montoro (1983-1987). Desde então, nunca foi quebrada.

A justificativa para o aumento maior era que os delegados têm, desde o ano passado, o mesmo status de juiz ou promotor e que os investigadores agora precisam ter curso superior.

O projeto que acabava com a paridade gerou indignação entre coronéis, segundo o vereador Álvaro Camilo (PSD), que comandou a PM no Estado entre 2009 e 2012.

SEM RESPOSTA

Um grupo de nove coronéis, todos ex-comandantes da PM, pediu no mês passado uma audiência com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) para questioná-lo sobre o fim da paridade. Não obteve resposta.

O fim dessa equidade salarial provocaria reflexos no policiamento, segundo o coronel reformado Carlos Alberto de Camargo, que assinou a carta enviada ao governador. "Uma decisão equivocada colocaria a PM como uma subcategoria e poderia gerar uma crise na segurança."

O governo prevê desembolsar R$ 983 milhões a mais ao ano com o reajuste. Serão beneficiados cerca de 260 mil profissionais da ativa, aposentados e pensionistas.

Representantes sindicais reclamaram do percentual do reajuste. "Na prática, esse reajuste vai ser de pouco mais de R$ 160 para os investigadores. Isso não é nada. Se ao menos tivessem concedido outros benefícios que queríamos, seria algo", disse o presidente do Sindicato dos Investigadores, João Rebouças.

"A única justiça que houve foi pelo aumento ser linear para todos, mas quanto ao valor é muito pequeno. Não é nem metade do que queríamos", afirmou o presidente da associação dos Subtenentes e Sargentos da PM, Ângelo Criscuolo.


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