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Raymonde Dias (1918-2013)

Francesa e viúva de Cícero Dias

CASSIANO ELEK MACHADO DE SÃO PAULO

Quando perguntavam a Raymonde Dias como era se casar com um artista, a viúva de Cícero Dias (1907-2003) respondia: "Com o seu, não sei, mas com o meu eu me diverti muito".

Quem conheceu esta elegante e longilínea francesa, que morreu na manhã de ontem, aos 94 anos, em Paris, não tem como duvidar disso.

Cícero, o modernista pernambucano, foi quase tão conhecido pela excelência de sua pintura, aquarelas líricas e precursoras do surrealismo brasileiro, quanto pela riqueza de sua trajetória pessoal.

Raymonde compartilhou mais de seis décadas de amor com o pintor do quadro "Eu Vi o Mundo, Ele Começava no Recife".

O mundo dos dois começou em Paris. Lá se conheceram em abril de 1941, durante a Segunda Guerra. Mudaram-se no ano seguinte para Portugal, onde se casaram e ficaram até o fim das batalhas. Voltaram a Paris, em 1945.

"O amigo deles Pablo Picasso tinha mandado um livro com um autógrafo no qual dizia que Paris precisava da presença deles", recorda o galerista Waldir Simões.

Além da amizade com o maior dos pintores do modernismo, padrinho da única filha do casal, a artista Sylvia Dias, Raymonde e Cícero conviveram, no apartamento próximo à torre Eiffel, com grandes artistas e escritores: Alexander Calder, Henri Matisse, Wassily Kandinsky, Paul Éluard e André Breton.

Raymonde, que será sepultada no túmulo do marido, no cemitério de Montparnasse, na sexta-feira, manteve até o fim as memórias da vida alegre, que tão bem combina com o romance de Ernest Hemingway: "Paris É uma Festa".


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