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Análise - Governo
Com mudanças na saúde, Alckmin mira 'vitrines' de Padilha
Tucano tenta 'turbinar' índices de aprovação na área para desconstruir gestão de ministro do PT na campanha de 2014
O pacote de medidas na saúde em gestação no governo paulista cristaliza a inquietação de Geraldo Alckmin com o avanço do ministro Alexandre Padilha (PT), iminente rival do tucano na corrida pela reeleição, sobre o chamado "varejo político" do Estado.
O primeiro lance no xadrez de 2014 foi dado pelo governador ao trocar o comando da secretaria da área, conferindo ao posto caráter estratégico no embate com os petistas.
De perfil acadêmico e pouco afeito ao contato cotidiano com prefeitos e vereadores, o ex-secretário Giovanni Guido Cerri vinha sendo eclipsado por Padilha, que abriu canal com os municípios médios e pequenos com a promessa de "todo o dinheiro necessário" para ampliação e reforma de postos médicos.
Com o ingresso na pasta de David Uip, infectologista-celebridade de boa performance nas telas e microfones, o Palácio dos Bandeirantes espera uma resposta vigorosa ao programa Mais Médicos, vitrine do PT para o setor.
Para estrategistas tucanos, ainda que o programa seja incipiente em São Paulo, a contratação de profissionais para os rincões mais inóspitos tem forte reverberação popular, o que exige contraponto.
GARGALO
Somado a esse cenário, Alckmin recebeu nova rodada de pesquisas que colocam a saúde como item número um no rol de problemas prementes para o eleitorado.
Mesmo que reeditem o discurso de campanhas anteriores, segundo o qual o gargalo do financiamento está vinculado aos valores pagos pelo SUS (Sistema Único de Saúde), aliados de Alckmin precisarão de retórica mais convincente para a disputa do próximo ano, que marcará o vigésimo ano consecutivo de gestões estaduais tucanas.
Conselheiros mais próximos do governador entendem que a expansão da rede física na área da saúde, alicerçada na construção de ambulatórios de especialidades e hospitais, já não satisfaz a maioria dos pacientes --ainda descontentes com a qualidade dos serviços prestados e com a demora nas filas.
O plano do PSDB é chegar ao ano eleitoral de 2014 com índices de avaliação da saúde paulista melhores do que a média nacional.
Tal resultado daria ao partido munição para enfrentar um adversário egresso do ministério de Dilma Rousseff.