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Em SP, 55 profissionais aguardam registro

TALITA BEDINELLI DE SÃO PAULO

"Estou com muitas ganas de trabalhar e dar o melhor de mim", dizia com um sorriso tímido Mario Alfredo Baldiviezo, 42, na última semana, ainda misturando um pouco o espanhol e o português.

A vontade de trabalhar não era exclusividade do boliviano, que se formou em Cuba e chegou a atuar no Panamá.

Ela era compartilhada com uma congolesa de nacionalidade portuguesa e 35 anos de experiência na Europa e um argentino que dirige um time de rugby no Brasil há três anos.

Além deles, outros 52 profissionais formados em medicina no exterior esperam a liberação do registro provisório para começar a atuar em postos paulistas pelo Mais Médicos.

Os 55 profissionais têm perfis variados. A maioria (21) é brasileira com diplomas de locais como Líbano, Itália e Rússia. Dos estrangeiros, os mais presentes são argentinos (seis), bolivianos (cinco), venezuelanos (quatro) e cubanos (quatro). Há um mauritano.

Na sexta, o Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo), responsável pela liberação dos registros, afirmou que as autorizações só serão dadas caso o Ministério da Saúde se responsabilize, por escrito, pela veracidade dos documentos apresentados.

Ou regularize os problemas da documentação --entre eles diplomas sem tradução.

O impasse gera tensão entre os estrangeiros, que começam a chegar nos municípios onde trabalharão, mas não poderão exercer a medicina.

"Que o Cremesp nos diga como trabalhar que nós trabalharemos", dizia Baldiviezo.

Nascido em uma área pobre da Bolívia, ele diz já ter trabalhado em condições difíceis. "Trabalhei em um lugar onde não tinha luz elétrica. Fiz partos à luz de velas", conta.

Em São Paulo, Baldiviezo deve encontrar estrutura melhor. Vai para a UBS Jardim Guarujá, na zona leste.

Cercada de favelas, a unidade, em bom estado de conservação, é uma das muitas na periferia da capital com dificuldades para a contratação de médicos. Só nos postos de saúde, onde os profissionais do Mais Médicos vão atuar, faltam ao menos 230 médicos. A cidade receberá apenas 13.


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