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Na rota dos tornados, Brasil não prevê evento

Especialistas divergem sobre montagem de rede contra ventania

Dos 220 tornados registrados no país em 20 anos, 70% atingiu os Estados de RS, SC, PR e o interior de São Paulo

EDUARDO GERAQUE DE SÃO PAULO BRENO COSTA DE BRASÍLIA

Os tornados que atingem o Sul do Brasil e São Paulo nem de longe costumam surpreender os estudiosos do assunto. Apesar de não ser um evento meteorológico tão raro, não há no país sistemas de detecção e alerta para evitar a perda de vidas ou danos materiais.

Estudo do geógrafo Daniel Candido mostra que tornados assolam sobretudo os quatro Estados mais ao sul. De 1990 a 2010, ocorreram 220 em todo o país. Por volta de 70% deles atingiram cidades de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo.

"E com a crescente urbanização, existe uma tendência de que mais tempestades --e tornados-- sejam registrados na região", diz Candido, doutor no tema pela Unicamp.

Apesar de Candido defender que o Brasil tenha um sistema eficiente de detecção de tornados, isso não é um consenso entre os especialistas.

O custo seria bilionário. "É utópico", diz Alexandre de Aguiar, da Metsul, empresa privada de Porto Alegre.

Um dos maiores especialistas em tornados do Brasil, Ernani Nascimento, da UFSM, também vai nessa linha. "O mais importante seria fazer um sistema eficiente contra deslizamentos e enchentes."

EUA, Canadá e Austrália são países que conseguem monitorar tornados. "Mesmo na Europa, não tem isso", diz.

Além de um conjunto de radares, um sistema de defesa inteligente precisa fazer os alertas chegarem às comunidades e, além de tudo, deve ter grande respaldo da mídia em geral, segundo Aguiar.

Mesmo nos EUA, onde existem mecanismos modernos, 600 pessoas morreram atingidas por tornados em 2011.

Para ocorrências futuras, o prognóstico é pessimista. O máximo que o Cptec (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos), do governo federal, consegue prever é a chegada de tempestades.

Ele avisa o Cenad (Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres), que aciona as defesas civis municipais.

Desde o fim de 2011, também há o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), que monitora riscos de deslizamentos em 341 municípios --mas não de tornados.


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