Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Cora Pabst (1920-2013)

Inspirava obras do marido, Aldemir Martins

ANDRESSA TAFFAREL DE SÃO PAULO

A jovem Cora Pabst já era casada quando conheceu o artista plástico Aldemir Martins. Os dois até tentaram renegar o amor que sentiam, mas ela, de personalidade forte, decidiu enfrentar o preconceito da década de 50, que não via com bons olhos uma mulher desquitada.

Tornou-se companheira e também inspiração para obras de Aldemir. Aprendeu a dirigir e levava para cima e para baixo no seu DKV os materiais que o marido usava.

Em casa, recebia com muito zelo novos artistas que chegavam a São Paulo, principalmente os vindos do Nordeste, terra natal de Aldemir. Sempre tinha uma cama, uma muda de roupas e um prato de comida prontos.

Também gostava de pintar, mas se considerava apenas uma artesã, pois sabia a técnica, mas não tinha "a alma" de um artista, dizia.

Muito bonita e simpática, quando criança se autointitulava "o anjo do Paraíso", em referência ao bairro da zona sul de São Paulo onde cresceu.

Trabalhou por algum tempo como modelo fotográfico. Como uma "verdadeira dona de casa", estrelou propaganda do sabão em pó Rinso.

Nas horas de folga, dedicava-se aos trabalhos manuais, como tricô, crochê e bordado, que fazia muito bem. Vaidosa, estava sempre arrumada e costurava suas próprias roupas.

Perdeu o marido em 2006. De acordo com a filha, Mariana, "ficou muito brava com ele por tê-la deixado". "Papai era a razão de viver dela."

Desde então, passava os dia no quarto. Começou a ter problemas de saúde, como artrite. Morreu na segunda-feira (30), aos 93 anos. Deixa a filha e o neto, João Pedro.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página