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Deoscóredes Maximiliano dos Santos (1917-2013)

Didi, mestre erudito da arte popular

FABIO CYPRIANO CRÍTICO DA FOLHA

Mestre Didi, sepultado ontem em Salvador, aos 95, foi um dos principais artistas do Brasil a trabalhar o elo entre cultura popular e erudita.

Supremo sacerdote do culto à terra na religião nagô, Deoscóredes Maximiliano dos Santos deixou também vasta obra literária. Mas sua presença na cena contemporânea se deve à produção de esculturas compostas por uma trama de búzios, couro e nervuras de palmas.

Por transitar entre o artesanato, o folclórico e a produção contemporânea, Mestre Didi demorou a ter sua obra reconhecida no país.

O prestígio teve início em 1989, quando foi um dos três brasileiros a participar da mostra histórica "Magiciens de la Terre" (mágicos da Terra), no Pompidou, em Paris, com cem artistas. Foi um marco na abertura de exposições para culturas fora do eixo Europa-EUA e por apontar como arte contemporânea obras de difícil classificação.

No Brasil, foi somente na 23ª Bienal de São Paulo, em 1996, que o artista ganhou uma sala especial e o destaque merecido.

Mestre Didi não costumava dar entrevistas. Quem falava por ele era sua mulher, Juana Elbein dos Santos.

Antropóloga, ajudou a dar leitura correta à produção do artista, que segundo ela reúne "a profundidade mística, a tradição e a contemporaneidade da existencial criatividade do sacerdote-artista".

"Ele foi um catalisador do culto aos ancestrais, sem ele a religião afro-brasileira fica mais empobrecida. Temos 40 obras dele no acervo do museu e pretendo fazer uma mostra em sua homenagem", disse Emanoel Araujo, diretor do Museu Afro Brasil.


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