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Vídeo flagra policiais espancando jovens em delegacia da Grande SP

Imagens mostram menores detidos por suspeita de tráfico levando tapas; Corregedoria investiga

'Tem que apanhar, apanhar e apanhar!', grita agressor; violência aconteceu na delegacia de Caieiras

Imagens gravadas na delegacia de Caieiras, na Grande São Paulo, mostram dois jovens apreendidos sendo interrogados sob ameaça e agressões, como tapas no rosto.

A Folha apurou que o grupo era formado por policiais civis e guardas municipais.

O registro está em poder da Ouvidoria e da Corregedoria-Geral da Polícia Civil, que abriram investigação. A identidade dos autores das imagens é mantida sob sigilo para preservar sua segurança.

A gravação, com 50 segundos, foi feita em 20 de agosto, quando os adolescentes, de 17 anos, foram apreendidos pela Guarda Municipal local sob suspeita de tráfico.

No vídeo, é possível contar ao menos seis pessoas em torno dos dois jovens, que estão algemados e em pé.

Ao ser agredido com tapas no rosto, o jovem ouve: "Tem que apanhar, rapaz, apanhar e apanhar!". Um dos policiais pergunta: "Cadê o patrão?", em referência a um suposto chefe do tráfico.

Com o silêncio do rapaz, o policial se dirige ao outro e puxa seu cabelo para dar tapas em seu rosto. O policial segura a cabeça do jovem com a mão esquerda e o agride com a direita.

"Vocês não falam que lá no [Jardim] Eucalipto [que] são muita treta, que é partido [referência à facção PCC] e o caralho?", questiona um. Outro agressor diz: "Que matam polícia [sic] e tal? Cadê os caras lá, cadê os irmãos [membros do PCC]?", continua.

Enquanto o rapaz diz não conhecer ninguém, o homem volta a bater no seu rosto: "Não chora porque você é homem! Homem não chora".

"É muito difícil documentar em vídeo a tortura. A punição tem de ser exemplar", diz o advogado Ariel de Castro Alves, do Movimento Nacional de Direitos Humanos e do grupo Tortura Nunca Mais.

Dias depois, um dos jovens disse ao advogado ter sido sufocado com um saco plástico. Os jovens afirmaram ter sofrido ameaças de morte.

Ainda segundo eles, os policias falavam que, caso eles denunciassem a tortura, ambos seriam mortos, assim como seus familiares.

Após 41 dias internado na Fundação Casa, um dos jovens foi libertado no dia 1º. O outro segue apreendido.


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