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PM depõe no caso Amarildo e diz ter ouvido gritos na UPP

Testemunha que estava na base para onde desaparecido foi levado aponta envolvimento de mais cinco policiais

Depoimento fez com que a Polícia Civil realizasse ontem novas buscas pelo corpo do ajudante de pedreiro

DO RIO

Novas revelações de um policial militar podem ajudar a polícia a encontrar o corpo do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, 43, desaparecido desde 14 de julho.

O PM, que não teve o nome divulgado, prestou mais de seis horas de depoimento ao Ministério Público do Rio e apontou outros cinco policiais militares supostamente envolvidos no caso, além dos dez que já estão presos. Eles respondem às acusações de tortura seguida de morte e ocultação de cadáver.

O depoimento fez com que a Polícia Civil realizasse ontem novas buscas pelo corpo de Amarildo, que continua desaparecido.

Segundo a investigação, Amarildo foi abordado por policiais em um bar próximo a sua casa, na favela da Rocinha (zona sul da cidade).

Sem documentos, ele foi levado para uma base da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) na região. Foi a última vez que ele foi visto.

De acordo com o major Edson Santos, que comandava a unidade na época e é um dos policiais detidos, Amarildo foi liberado em "cinco minutos" por não ter sido reconhecido como traficante.

No depoimento concluído na madrugada de ontem, o policial contou que, no dia em que o ajudante de pedreiro foi levado à UPP, todos os policiais que estavam de plantão na unidade receberam ordem do tenente Luís Medeiros para que permanecessem trancados no local.

Procurado, o comando da PM não foi localizado pela reportagem para comentar a declaração. A Folha também tentou entrar em contato com a defesa de Medeiros, que também está preso.

BARULHO

Durante 40 minutos, segundo o policial, os PMs ouviram gritos e barulhos como se alguém estivesse sendo espancado --o que indica uma suposta tortura de Amarildo.

Depois disso, houve um período de silêncio. Em seguida, ele relata que ouviu a movimentação do grupo para uma mata localizada atrás da unidade. Naquele momento, foram escutados novos gritos e alguém teria dito que algo havia "dado errado".

O depoimento do policial incrimina mais cinco PMs.

O policial e sua família entraram para o programa de proteção a testemunhas.

Os dez policiais já acusados pelo caso estão presos desde o último dia 4.

A juíza Daniella Prado determinou a prisão preventiva deles sob o argumento de que o grupo estaria intimidando testemunhas.


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