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PM é preso por suspeita de ligação com facção

Flagrado em escuta, ele é acusado de oferecer transporte de droga a bandido

Tenente nega acusação e afirma que conversa por telefone com traficante tinha por objetivo prendê-lo

DO "AGORA" DE BRASÍLIA

A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo prendeu administrativamente ontem um tenente suspeito de oferecer à facção criminosa PCC serviços de transporte de drogas e segurança.

É o primeiro policial preso desde a divulgação, iniciada na semana passada, de gravações telefônicas com conversas de membros da quadrilha.

Segundo o órgao, o 1º tenente Guilherme William Pacheco da Silva, 36, é o PM que, em uma conversa telefônica, oferece serviços para um traficante apelidado de Boy. Esse criminoso é integrante da facção, diz o Ministério Público Estadual.

O tenente nega a acusação. Ele disse, em depoimento à Corregedoria da PM, que a conversa com o traficante foi uma tentativa de negociação com o suspeito que tinha como objetivo prendê-lo.

O corregedor da PM, coronel Rui Conegundes, afirmou que o tenente não comunicou a superiores que havia conversado com o criminoso. O militar disse que não o fez porque a negociação não prosperou.

A conversa ocorreu em 23 de janeiro. Nela, o criminoso pergunta ao tenente se há como libertar, em troca de propina, uma comparsa dele, que havia sido presa por policiais do mesmo batalhão de Silva com 3,5 kg de cocaína.

O tenente responde que não, mas oferece os serviços, na avaliação do Ministério Público e da Corregedoria.

"Tem uns meninos [PMs] que trabalha com isso aí [transporte de droga], que é PM também, vai de motinha, entrega lá, recebe e vai embora", diz o PM, na ligação.

A investigação descobriu também que o telefone usado por esse policial estava registrado em nome da PM.

A Polícia Civil aponta Boy como chefe do tráfico de drogas no Sacomã (zona sul). Ele não tem antecedente criminal e está solto.

Por meio de nota, a PM informou que há a "suspeita de associação e envolvimento com o crime organizado" e que será "rigorosa e implacável contra eventuais desvios de conduta de seus integrantes".

O tenente é suspeito de associação para o tráfico. Se condenado, pode ter uma pena de até dez anos de prisão.

'INACEITÁVEL'

Ao comentar a investigação do Ministério Público de São Paulo sobre a facção, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou ontem que é "inaceitável" a dimensão que o crime organizado toma no país e o enfrentamento deve ser ampliado progressivamente.

De acordo com ele, um grupo de inteligência foi formado para aprofundar a troca de informações entre a polícia de São Paulo, o Ministério Público do Estado e a Polícia Federal, para tentar dar uma resposta efetiva à sociedade.

Ontem, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou a criação de uma força-tarefa para investigar as ações da facção.

Policiais civis e militares, além de promotores, atuarão 24 horas para apurar as denúncias e rastrear ligações telefônicas entre presos. A ideia também é investigar policiais suspeitos de envolvimento com o crime organizado.


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