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Com despejo, clube Tietê é abandonado
As piscinas estão quebradas, as quadras de saibro sem condições de jogo e vestiários de atletas cheios de lixo
Prefeitura gasta R$ 60 mil por mês com manutenção, mas reabertura não tem data para acontecer
O despejo ocorreu há quase um ano, em novembro do ano passado. A promessa era que um clube, aberto ao público, surgisse no local.
O que se vê hoje dentro das dependências do extinto Clube de Regatas Tietê "dá vontade de chorar", nas palavras do seu último presidente, Lauro de Melo Carvalho.
Ele ainda tem esperanças de que, de alguma forma, tudo volte a ser como era antes do fechamento.
A reportagem da Folha esteve no local no início do mês.
As piscinas, que há tempo não passavam por uma boa manutenção, estão estragadas e com a água verde. Ali surgiu Maria Lenk, a primeira sul-americana a participar de uma Olimpíada, em 1932.
O "famoso" vestiário 7, como diz Carvalho, com seus armários de madeira, está cheio de lixo. O ginásio de basquete. Os antigos stands de tiro. O campo de futebol. Caso a prefeitura decida recuperar aquelas áreas, o investimento público não será baixo.
E as quadras de saibro, que um dia receberam a tenista Maria Esther Bueno, a melhor atleta deste esporte que o Brasil já teve, estão sem condições de receber um jogo.
MANUTENÇÃO
O Tietê fechou suas portas por causa de dívidas milionárias. Mas, segundo Carvalho, se a prefeitura quisesse fazer algum tipo de parceria, e devolver a área para eles, seria possível equacionar o problema financeiro.
A prefeitura já tornou o local, que pode valer cerca de R$ 80 milhões --mais que o dobro da dívida do clube-- de utilidade pública.
Com o destino do terreno definido, que fica no valorizado bairro do Bom Retiro, a saída para o local depende das decisões da prefeitura.
Segundo a atual administração, o local só passou a ser público em abril. Desde então, ela tem gasto mais de R$ 60 mil por mês na manutenção do local.
A gestão do prefeito Fernando Haddad não informou quando o novo clube deverá ser inaugurado.
Apenas disse, por meio de nota, que "estuda uma forma de reabrir o clube para a população, para que o espaço possa ser utilizado para caminhada, corridas e atividade física livre, nos mesmos moldes do que já acontece nos parques públicos".
