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Novos relógios de rua entopem pontos 'tops' de São Paulo

Dos mil novos equipamentos que serão instalados, 931 já foram colocados nas ruas; área ricas ganharam mais

Em alguns cruzamentos é possível ver as horas em até três totens, mas na av. Sapopemba, zona leste, não há o serviço

JAIRO MARQUES DE SÃO PAULO

Quem cruzar a avenida Brasil com a avenida Juscelino Kubitschek, no sentido zona sul de São Paulo, hoje pode ter diversas maneiras diferentes de saber as horas: três delas nos novos relógios de rua, que estão visualmente próximos um do outro.

Com a quase totalidade dos equipamentos instalados na cidade, 931 de 1.000, graças a uma concessão pública de R$ 400 milhões, regiões ricas e com maior apelo comercial da capital ganharam mais relógios que áreas como a zona leste -- embora muito mais populosas, mais pobres.

Na avenida Paulista, por exemplo, que tem 2,8 quilômetros de extensão e concentra prédios de importantes instituições financeiras, foram colocados dez relógios.

Na avenida Brasil, com pouco menos de 2,5 quilômetros, podem ser vistas as horas em 13 totens.

Já na avenida Sapopemba, na zona leste, com 45 quilômetros de extensão, ainda não foram colocados os novos equipamentos, que informam hora, a temperatura, o nível de poluição e exibem anúncios publicitários.

Também não há relógios, por enquanto, em pontos periféricos como o Capão Redondo, na zona sul, ou em São Mateus, na zona leste.

Os dados são da SPObras, órgão da prefeitura que fiscaliza o trabalho da empresa JCDecaux, que ganhou o direito de exploração.

A concessionária nega que tenha feito distinção de áreas para a instalação dos relógios levando em consideração fatores econômicos e informa que a distribuição foi "equilibrada e completa" (leia texto ao lado).

Pelo contrato de concessão, firmado no ano passado e que vale por 25 anos, não há nenhuma regra específica sobre onde os equipamentos devem ser colocados.

Mas, segundo a prefeitura, há decreto que determinou que a distribuição fosse: no mínimo 150 relógios em cada região da cidade e, na zona central, cem, no máximo.

SERVIÇO

Até agora, apenas no centro (89) e na zona norte (136) a meta traçada ainda não foi atingida. Porém, há pontos da cidade que, embora a estrutura para a colocação dos relógios exista, a tela eletrônica ainda não foi colocada.

A zona oeste, região menos populosa da cidade --sem contar o centro--, com cerca de 873 mil habitantes, mas onde estão bairros badalados com o Itaim e Bibi, e a Vila Olímpia, ganhou 281 relógios.

SHOPPING

"O mobiliário urbano precisa prestar serviço à população independentemente de classe social ou de localização. Mas acontece que esses relógios, com pretexto de informar hora e temperatura, são um suporte para a publicidade", afirma Lucila Lacreta, presidente do Movimento Defenda São Paulo.

De acordo com a urbanista, os equipamentos são "elitistas" e fazem propaganda voltada aos mais ricos.

"Hoje é possível ver as horas de diversas maneiras e os relógios não fazem sentido. A qualidade do ar ainda tem sua importância, mas essa informação está perdida no totem que privilegia anúncios".

Shoppings sofisticados como o Cidade Jardim e o JK Iguatemi ganharam relógios a poucos passos de suas entradas principais.


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