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Maioria reprova cães em pesquisas, mas não ratos
Segundo Datafolha, 66% em SP apoiam uso de roedores em testes científicos
Para 56%, ativistas agiram bem ao invadir Instituto Royal e retirar 178 cachorros da raça beagle, em São Roque
Apesar de 66% dos paulistanos apoiarem a utilização de ratos como cobaias, apenas 29% são favoráveis ao uso de cães em pesquisas científicas para o desenvolvimento de medicamentos e tratamentos para seres humanos.
Esse foi o resultado de pesquisa do Datafolha conduzida na última sexta-feira.
A opinião dos entrevistados foi dada uma semana após a invasão do Instituto Royal, um centro de estudos farmacológicos em São Roque, do qual ativistas retiraram 178 cães da raça beagle.
Também foi perguntado aos entrevistados se eles acreditam que a ação foi correta.
Para 56%, os ativistas agiram bem, enquanto 33% reprovaram a invasão.
A pesquisa revelou uma escala de preferência na aceitação de cobaias que reflete, em parte, o quão comum os animais são adotados como bichos de estimação no Brasil.
Enquanto o emprego de cães em pesquisas é reprovado por 66%, 59% reprovam o uso de macacos, 57% rejeitam o uso de coelhos, e 29% condenam o uso de ratos.
O ANSEIO E A LEI
A aceitação do uso de roedores vai ao encontro da maior demanda de animais de laboratório para testes.
O guia da Agência Nacional de Vigilância Sanitária para estudos sobre segurança de medicamentos exige o uso de ratos ou camundongos em praticamente todos os testes.
O uso de cães é especificamente indicado apenas em um numero pequeno de testes, mas é obrigatório em alguns casos, como os de toxicidade para o coração e para o sistema nervoso.
Muitos testes de segurança exigem duas espécies de mamíferos, sendo que uma não pode ser um roedor.
Sem resultados positivos na fase animal, nenhuma droga pode ser testada em humanos.
Estudos de eficácia de drogas e de biologia básica não têm padronização tão rígida. Todos, porém, passam por comitês de ética e por avaliação do Concea (Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal).