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'Pode ir, mas não chegue tarde', disse mãe a adolescente

DE SÃO PAULO

Chorando muito, com dificuldade para falar, Rossana Marques de Souza, 44, contou à Folha como foi sua última conversa com o filho Douglas Rodrigues, 17, assassinado no domingo por um policial militar na Vila Medeiros, zona norte de São Paulo.

"Pode ir, mas não vai chegar tarde em casa, Douglas, senão eu te dou umas cacetadas", contou.

Rossana afirmou que falava isso ao rapaz sempre que ele saía, porque se preocupava com a segurança do filho mais velho.

"Ele era uma pessoa de bem. Sonhava em se formar e comprar uma casa para nos tirar do aluguel", disse.

"Douglas era esforçado e, mesmo com bronquite, começou a trabalhar de lixador em uma funilaria aos 14 anos." Foi o seu primeiro emprego.

Segundo a mãe, Douglas decidiu começar a trabalhar logo porque queria montar uma bicicleta com o próprio dinheiro e ajudar os pais.

Ele tinha boa relação com os irmãos -um menino de 12 anos e uma garota de 5. "Tudo o que Douglas pedia, o irmão fazia. O mais novo só tinha ciúme porque não podia sair e voltar tarde como o irmão."

'FIRMAR NO SERVIÇO'

Depois de deixar a funilaria, o adolescente trabalhou em um supermercado, antes de ser contratado como auxiliar há cerca de dois meses pela lanchonete onde ainda estava.

Douglas chegou a pensar em cursar administração de empresas, afirmou a mãe, mas depois decidiu atuar na área de recursos humanos.

"O sonho dele era ter um emprego bom, para nos tirar do aluguel, e trabalhar de segunda a sexta-feira. Ele dizia: mãe, deixa eu me firmar no serviço que a gente compra uma casa."


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