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Chefe da arrecadação de Kassab é preso

* DONOS DE BARCOS E CARROS DE LUXO, AUDITORES SÃO ACUSADOS DE COBRAR PROPINA DE EMPRESAS * FRAUDE TERIA DESVIADO AO MENOS R$ 500 MILHÕES * EX-PREFEITO AFIRMA QUE NÃO INDICOU SUSPEITOS AOS CARGOS

Investigação tem participação da gestão Fernando Haddad (PT); comissão seria cobrada de projetos imobiliários

DE SÃO PAULO

Quatro auditores fiscais da Prefeitura de São Paulo foram presos acusados de cobrar propina para liberar empreendimentos imobiliários de grande porte na capital.

Três deles ocuparam cargos de confiança na gestão Gilberto Kassab (PSD), entre eles Ronilson Bezerra Rodrigues, que ocupou a função de subsecretário da Receita.

Rodrigues era o chefe da arrecadação do município e braço direito dos secretários de Finanças de Kassab. Sua defesa diz que ele é inocente.

A prisão dos auditores foi revelada na manhã de ontem pelo site da Folha.

A fraude, segundo estimativa da prefeitura e do Ministério Público, desviou R$ 500 milhões desde 2007. O valor se refere a impostos não recolhidos em troca de propina.

Os auditores são acusados de cobrar comissão para fornecer a empresas certidões de quitação de ISS (Imposto Sobre Serviço) sem que todo o valor devido fosse pago.

O documento é requisito para a prefeitura dar o "habite-se", necessário para regularizar o empreendimento.

O foco da quadrilha eram prédios comerciais e residenciais acima de R$ 50 milhões.

A prefeitura calcula que a propina chegava em alguns casos a 50% do imposto que as empresas deveriam pagar. Em uma ocasião, uma construtora deu R$ 480 mil e conseguiu a certidão após recolher só R$ 12 mil de ISS. A Promotoria diz que investigará se empreiteiras eram obrigadas a participar do esquema.

Chamada de "Necator" (um parasita), a operação tem consequências políticas imprevisíveis: iniciada pela gestão de Fernando Haddad (PT), atinge a cúpula das finanças de Kassab, seu antecessor.

Aliado da presidente Dilma, Kassab diz não ter indicado nenhum dos servidores e defende punição.

Segundo a apuração, os presos construíram patrimônio de R$ 80 milhões (incluindo imóveis de luxo, carros importados e iates), incompatível com seus rendimentos.

Foi uma denúncia anônima e, depois, o patrimônio que chamou a atenção para os servidores, segundo a prefeitura. O município, então, começou a atuar em conjunto com o Ministério Público e, por fim, com a Polícia Civil.

Além de Rodrigues, foram presos o ex-diretor de arrecadação Eduardo Horle Barcellos; o ex-diretor da divisão de cadastro de imóveis Carlos Augusto di Lallo Leite do Amaral; e o agente de fiscalização Luis Alexandre Magalhães.

Só o último não ocupou cargo de confiança sob Kassab. Rodrigues exercia até junho função de diretor na SPTrans, na gestão Haddad.

Eles são acusados pelos crimes de corrupção, concussão, lavagem de dinheiro e advocacia administrativa.


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