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Preso foi nomeado na gestão Haddad para cuidar de finanças dos ônibus

Auditor fiscal assumiu, em fevereiro, diretoria da SPTrans, que gerencia R$ 6 bilhões por ano

Prefeitura diz que exoneração poderia 'alertar' suspeito, que já havia sido investigado no fim do ano passado

ROGÉRIO PAGNAN DE SÃO PAULO

O auditor fiscal Ronilson Bezerra Rodrigues, preso ontem sob a suspeita de participar de esquema de fraude na Prefeitura de São Paulo, ocupou importante cargo na gestão Fernando Haddad (PT) entre fevereiro e junho deste ano.

Rodrigues foi nomeado diretor de administração e finanças da SPTrans (empresa que gerencia o transporte municipal) em fevereiro, quando já uma havia investigação formal contra ele.

A gestão Haddad alega que a nomeação ocorreu no início do ano, "antes da realização da análise patrimonial e da suspeita de enriquecimento ilícito" contra Rodrigues. Essa análise ocorreu em março, quando o "funcionário passou a ser monitorado".

"Ficou decidido que sua exoneração, naquele momento, poderia alertar' o suspeito a respeito da investigação", afirma a prefeitura em nota.

A Prefeitura de São Paulo deu detalhes da operação contra os servidores municipais em nota divulgada no seu site ontem, mas não citou a ligação de Rodrigues com a atual administração petista. Sem citar nomes, diz que ele foi exonerado na prefeitura em dezembro de 2012.

Nesses cinco meses à frente das finanças da SPTrans, Rodrigues tomou conta de um caixa que movimenta mais de R$ 6 bilhões por ano. Uma das críticas recorrentes ao transporte público da capital, nas manifestações de junho deste ano, foi a suposta "caixa preta" dessas movimentações na SPTrans.

O auditor fiscal preso ontem era investigado pela prefeitura desde setembro de 2012, quando era subsecretário da Receita Municipal na gestão Kassab.

A investigação formal, segundo o ex-corregedor Edilson Mougenot Bonfim, foi aberta após uma denúncia anônima de suposto enriquecimento ilícito de Rodrigues, que prestou esclarecimentos ao órgão. "Ele alegou inocência. Mas não me convenceu. Por isso a investigação continuou", disse Bonfim.

Ainda de acordo com ex-corregedor, o procedimento contra o servidor continuava aberto quando Haddad assumiu a prefeitura. Assim, para ele, não há como gestão atual alegar desconhecimento das suspeitas contra o ex-subscretário.

A gestão Haddad confirma que havia de fato uma investigação contra o servidor, mas afirmou que se tratava de um "expediente" que "se limitou a ouvir o investigado" em setembro de 2012. "Nenhum encaminhamento foi dado à época, e o processo ficou parado", diz a nota.

Afirma, ainda, que as "informações dessas apurações não foram consideradas para a operação que foi deflagrada hoje [ontem]".

O ex-secretário de Finança da gestão Kassab Mauro Ricardo afirmou à Folha que nunca desconfiou de irregularidades de seu funcionário. "Será uma decepção muito grande, se esses fatos ficarem comprovados", disse. Ricardo afirmou ainda que Rodrigues foi exonerado no final do ano passado por insubordinação. Ele se revoltou com a gestão pela investigação em aberto e se dizia injustiçado.


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