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Dilma afirma que violência de 'black blocs' é 'barbárie'
Presidente diz que atos violentos em protestos são antidemocráticos e precisam ser coibidos
Declaração ocorre após ministro afirmar que faltam interlocutores para que governo possa compreender fenômeno
Em entrevista a rádios do Paraná, a presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou ontem que a ação violenta de manifestantes black blocs' nos mais recentes protestos pelo país é "antidemocrática" e tem que ser coibida.
"Eu defendo qualquer manifestação democrática. Agora, sem sombra de dúvida, eu acredito que a violência dos mascarados não é democrática, é antidemocrática, é uma barbárie, e acho que ela tem de ser coibida", afirmou às rádios Banda B e Cultura.
A declaração da presidente foi feita um dia depois do ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência) afirmar que que faltam interlocutores aos "black blocs" para que o governo consiga compreender o fenômeno.
"Um dos problema é essa dificuldade de ter interlocutores que possam e que queiram inclusive dialogar", afirmou Carvalho anteontem.
A presidente ainda fez referência às agressões contra o coronel da Polícia Militar paulista Reynaldo Simões Rossi, espancado por manifestantes mascarados na sexta-feira passada, em São Paulo. Ele teve fraturas nas omoplatas, ferimentos na cabeça e escoriações pelo corpo.
"Quando você vê um coronel da PM ser barbaramente agredido, isso me deixa muito triste", afirmou Dilma.
A presidente destacou que a Justiça e os órgãos responsáveis devem reprimir a violência e garantir que "não haja ataques ao patrimônio público ou privado nem violência física contra as pessoas".
Durante a entrevista, a presidente repetiu o anúncio feito por ela em Curitiba --o financiamento federal de R$ 3,2 bilhões para o metrô de Curitiba-- e exaltou a "parceria estratégica" com o Paraguai.
REPROVAÇÃO
De acordo com pesquisa Datafolha, realizada na última sexta-feira, a ação violenta dos 'black blocs' é reprovada por 95% dos paulistanos.
Quanto maior a faixa etária, maior a reprovação aos métodos dos "black blocs".
Assim, se 87% dos jovens de 16 a 24 anos os desaprovam, entre os mais velhos (60 anos e mais) o índice atinge virtualmente a totalidade dos entrevistados (98%).