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Ex-mulher diz que auditor tentou usá-la como laranja

Vanessa Alcântara viveu com funcionário suspeito de fraudar ISS da prefeitura

Ela afirma que Luís Magalhães queria abrir empresa em seu nome para esconder bens; advogado de fiscal nega

MARIO CESAR CARVALHO DE SÃO PAULO

Ex-companheira do fiscal Luis Alexandre Cardoso de Magalhães, 41, Vanessa Caroline Alcântara, 27, disse à Folha que ele tentou usá-la como laranja para esconder patrimônio, assim que soube que a Prefeitura de São Paulo estava investigando-o sob suspeita de cobrar propina para reduzir o valor do ISS (Imposto sobre Serviços) de imóveis novos.

"Ele tentou abrir uma empresa para transferir bens para o meu nome e eu não aceitei. Nos separamos por isso. Ele tinha feito isso com a ex-mulher", conta.

A ALP Administradora de Bens, que tem como sócia a ex-mulher do fiscal, foi usada para receber R$ 4 milhões de propina da Brookfield-- que confirmou o pagamento. A prefeitura estima que o grupo do qual Magalhães fazia parte, com mais três fiscais, causou prejuízo de R$ 500 milhões aos cofres públicos.

Vanessa afirma que ouviu relatos de Magalhães sobre as empresas que aceitavam pagar propina para recolher menos impostos, mas prefere não citar nomes. "Eu sou um arquivo vivo. É por isso que tem muita gente que quer me matar", diz.

Durante as investigações, ela falou ao Ministério Público o nome de duas dessas incorporadoras e disse que corria risco de ser morta.

Promotores ofereceram a ela o ingresso no programa de proteção a testemunhas, mas Vanessa diz que ainda não decidiu se aceitará.

O episódio da tentativa de usá-la como laranja, segundo ela, ocorreu em março deste ano, quando a Controladoria Geral do Município chamou os quatro fiscais presos para explicar por que tinham patrimônio incompatível com a renda deles.

Magalhães ganha cerca de R$ 14 mil e tem um patrimônio de R$ 18 milhões.

A separação foi traumática, segundo ela. O fiscal obteve na Justiça a guarda do filho de nove meses que teve com ela e de um garoto de quatro anos que ela tivera com outro homem.

Um relatório usado na retirada da guarda afirma que Vanessa é bipolar, segundo o advogado Mario Ricca, que defende o fiscal.

Ela diz que esse relatório não existe. "Não tenho transtorno bipolar. Eles tiraram o meu filho na conversa, sem prova de nada."

Vanessa conta, no entanto, que teve um surto numa das inúmeras brigas do casal. "Eu tive um ataque histérico porque ele me agrediu, quebrou meu carro e eu botei ele para fora de casa, joguei vasos em cima dele. Ele é que é louco."


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