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Casal gastava R$ 10 mil por noite com hotel e vinho

Ex-mulher diz que se apaixonou por auditor

Servidor foi flagrado em gravações dizendo tê-la conhecido em boate; Vanessa diz que fiscal tentou desqualificá-la

MARIO CESAR CARVALHO DE SÃO PAULO

Vanessa Caroline Alcântara diz que não ficou com nenhum centavo do dinheiro que o fiscal Luis Alexandre Cardoso de Magalhães acumulou, mas usufruía de ter um companheiro muito rico.

"Quem não gosta de jantar num restaurante caro e bom? Eu gosto. Fui apaixonada pelo Luis, mas nunca me envolvi nessa coisa de propina", afirma Vanessa.

Em conversas com promotores, ela contou que era comum o casal gastar R$ 10 mil em uma noite de diversão.

Segundo ela, o casal ia ao Figueira Rubayat, restaurante nos Jardins, e o fiscal perguntava: "Qual é o vinho mais caro da carta? Eu quero esse". Tomavam um vinho de R$ 4.000. Depois, afirma Vanessa, eles ficavam no hotel Unique, também em São Paulo onde gastavam R$ 5.000.

Vanessa diz que o fiscal começou a divulgar que ela era garota de programa por causa da disputa em torno da guarda dos filhos. "Ele queria me desqualificar. É muito mais fácil ele falar que eu sou puta para ficar com o filho".

Ela diz que teve um relacionamento de dois anos e meio com Magalhães e que morou com ele durante um ano.

Nas gravações de telefonemas feitas pelo Ministério Público durante as investigações, Magalhães diz que conheceu Vanessa no Bamboa, uma casa em Pinheiros que cobra ingressos de R$ 200. Lá, as garotas cobram no mínimo R$ 300 por um programa, segundo frequentadores da boate.

Vanessa diz que estudou propaganda e marketing e é gerente de uma loja de roupas em Valinhos, a 89 km de São Paulo.

"Moro num apartamento simples e ando com um carro financiado. Não tenho nada em meu nome." Depois, chorando, faz um apelo ao repórter: "Vou te pedir como mãe: não me denigre!".

Ela diz que ficava sabendo do esquema de fraude na cobrança de ISS porque teve um relacionamento de dois anos e meio com o auditor Magalhães, dos quais moraram juntos por um ano, segundo ela. "Ele chegava cansado em casa e contava como foi o dia. Coisa de casal".

Foram nessas conversas que ele citou duas incorporadoras e mencionou políticos. Ela se recusa a repetir os nomes que citou aos promotores, seguindo uma recomendação de seu advogado, Gabriel Rossi.

INDÍCIOS

Segundo a Folha apurou, ela não citou nomes de políticos, só de incorporadoras.

O Ministério Público encara com um certo ceticismo as informações que Vanessa trouxe à investigação porque ela não tem provas.

Mas ela trouxe bons indícios dos contatos do grupo. Entregou uma lista com o nome de todos os telefones que apareciam na agenda do celular do fiscal.

Ela não tirou foto dos conatos, mas fez uma cópia a mão, o que torna a prova praticamente imprestável.

Entregou também aos promotores cópia de uma pasta com cerca de 150 páginas que Magalhães esquecera na casa. O conteúdo das páginas é mantido em sigilo.

Outro motivo do ceticismo é que o fiscal assinou um acordo de delação premiada, pelo meio do qual terá redução de pena em troca de informações sobre o esquema.


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