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Programa não aceita formado na Bolívia, diz ministro
DO RIOO ministro Alexandre Padilha (Saúde) disse ontem que médicos, brasileiros ou não, formados na Bolívia não poderão atuar no Mais Médicos, pois não se enquadram na lei que criou o programa.
Pela norma, só poderá participar quem tiver registro profissional em países com relação mínima de 1,8 médico por mil habitantes. Na Bolívia, esse número é de 1,2.
O Acre propôs ao ministério que autorizasse a inclusão no programa de brasileiros formados no país vizinho sem a necessidade de revalidação de diploma.
A Folha mostrou no domingo que 25 mil brasileiros estudam medicina na Bolívia, em cursos baratos, com professores mal remunerados e, muitas vezes, corruptos.
"Isso [a questão dos formados na Bolívia] já foi negado no debate no próprio Congresso", disse Padilha após palestra no Rio. Ele deixou claro que não haverá mudanças no modelo do programa.
A Secretaria de Saúde do Acre fez um pré-cadastro com 700 potenciais participantes do Mais Médicos, dos quais a maioria é formada na Bolívia.
Um levantamento indicou que, só no Acre, há 368 médicos formados no exterior sem o Revalida, dos quais 98% estudaram na Bolívia. Estima-se que 6.000 acreanos estudam medicina no país vizinho.