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PM desocupa reitoria da USP; 2 são detidos

Alunos deixam prédio pacificamente; sindicato afirma que presos não têm relação com invasão ocorrida em 1º de outubro

Invasores destruíram instalações e furtaram equipamentos, diz USP; para DCE, demora em negociar originou danos

DE SÃO PAULO

A Polícia Militar cumpriu na manhã de ontem a reintegração de posse da reitoria da USP, na Cidade Universitária, zona oeste de São Paulo.

A universidade acusa os estudantes, que ocupavam o prédio desde 1º de outubro, de depredarem as instalações; eles culpam a reitoria pelos danos, dizendo que foram deixados sem água e luz e houve demora na negociação.

A desocupação foi determinada pela Justiça no último dia 4. Os jovens reivindicam mais autonomia na eleição para reitor. A maioria deles já havia deixado o local quando os cerca de 50 policiais da Tropa de Choque chegaram, às 4h45, segundo a universidade.

Apesar de não ter havido confronto, dois foram detidos.

O Sintusp (Sindicado dos Trabalhadores da USP) e a defesa deles dizem que eles não estavam no prédio invadido.

Em nota, o sindicato informou que ambos são alunos de filosofia que estavam em uma festa no centro acadêmico: João Victor Gonzaga Campos é ainda funcionário da universidade; Inauê Taiguara Monteiro de Almeida reside na moradia estudantil.

Segundo a Secretaria de Segurança, eles foram indiciados sob suspeita de furto qualificado, dano ao patrimônio e formação de quadrilha.

Também em nota, a defesa de Campos e Almeida afirma que eles deixaram a festa para verificar boatos sobre a reintegração e, ao perguntarem a um policial, "foram abordados, com truculência e dirigidos até um ônibus da polícia".

Os advogados afirmam ainda que ambos sofreram "agressões físicas e psicológicas, que pela lei configurariam a prática de tortura".

HORA ERRADA

Alunos da USP mobilizados em frente à delegacia para onde foram levados afirmaram que eles não têm relação a invasão. "Estavam na hora e no lugar errados, mas são inocentes", relatou uma jovem que não quis se identificar.

Em nota, a Polícia Militar informou que "coloca-se à disposição dos envolvidos" para formalizem queixas na Corregedoria".

CENÁRIO

Após vistoria preliminar, a USP afirmou que o cenário dentro da reitoria é de destruição e que prevê ter um cálculo dos prejuízos amanhã.

Em nota, classificou de "barbárie" as "cenas de vândalismo e depredação".

De acordo com a universidade, sumiram equipamentos como computadores, máquinas fotográficas, tablets, mesas e cadeiras. Há ainda paredes e objetos pichados, salas vazias e portas internas danificadas, disse a instituição.

Arielli Tavares, 23, diretora do DCE (Diretório Central dos Estudantes), disse que o que houve na reitoria se deve à falta de água e luz imposta pela USP nos primeiros dias da invasão e à demora da universidade em negociar.

A Folha entrou no prédio e constatou que quase todas as paredes estavam bastante pichadas. Havia ainda móveis revirados, armários arrombados, portas quebrados e muita sujeira, como pó de extintores de incêndio espalhado por toda parte.


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