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Foco

Com volume mais baixo, shows de jazz embalam pais e bebês no centro de SP

Proposta surgiu com o objetivo de tirar mães de casa; bossa nova e MPB completam a 'trilha sonora maternal'

STEFANIE SILVEIRA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Nada de estourar o alto-falante. O show aqui é feito em volume mais baixo, para não prejudicar a audição dos bebês. A música? Jazz.

Essa é mais uma alternativa para atrair adultos a um ambiente que seja também amigável para crianças.

Com a chegada dos filhos, os pais precisam adaptar sua rotina ao novo membro da casa. É aí que entra a proposta do bar JazzB, no centro de São Paulo, que criou o JazzBB, evento quinzenal.

A socióloga Nathália Oliveira, 26, levou o filho de oito meses para colocá-lo em contato com músicas que "ela" gosta. "Sempre quis levar meu filho a lugares comuns para ouvir boa música", conta. "Foi a primeira vez que o Pedro viu uma banda de perto. Ele ficou hipnotizado. Faz diferença para a criança ver a música ao vivo."

Máximo Levy, um dos sócios, diz que resolveu criar o evento para pais e filhos "porque as mulheres dos sócios que têm crianças pequenas não vinham mais ao bar". "Gosto de jazz porque cresci com minha mãe ouvindo e me apresentando ao estilo."

A produtora do bar, Caroline Sampaio, é mãe de um bebê de nove meses. "Quando saio, preciso de uma opção que tenha conforto, comida, trocador. Além disso, a nossa ideia é colocar a criança em contato com o jazz, a bossa nova, a MPB, esquecer um pouco das músicas de criança."

Além de música, o espaço oferece trocador, água à vontade e tapete feito de E.V.A para as crianças ficarem mais livres. No cardápio, opção de comidinhas sem tempero.

Segundo Luciana Haddad Ferreira, pedagoga e pesquisadora da Unicamp, já na barriga da mãe, a criança possui percepção de sons e ritmos.

Por isso, "não há mínimo de idade para colocá-la em contato com a música". Ela também explica que muitos pais se focam mais em colocar as crianças em cursos que envolvam arte, deixando de lado os momentos para apreciação e contemplação.

"Assistir a um show de jazz ou visitar um museu desencadeiam processos criativos que desenvolvem a sensibilidade da criança. Não se pode ensinar a arte sem vivenciar a arte", explica Luciana.

Mãe de uma garota de dois anos e meio, a atriz Melina Anthis, 39, acha que as opções de shows para pais e filhos ainda são pequenas. "Havia uma carência de lugares com uma programação adulta em que pais pudessem se divertir e as crianças também fossem acolhidas."

No ano passado, a produtora de eventos Tathiana Mancini e a jornalista Claudia Assef criaram uma balada para receber pais e filhos, a Disco Baby, com eventos realizados mensalmente.

Com proposta diferente da do JazzBB, a Disco Baby tem pistas de dança --uma delas com música para crianças--, shows de mágica, circo e malabaristas. Segundo as organizadoras, novas edições devem retornar no ano que vem, após as férias escolares.


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