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Levantamento indica como trânsito de São Paulo piorou em três décadas

Com o crescimento acelerado da frota de veículos, cidade se volta para o transporte coletivo

Capital paulista teve congestionamento recorde na última quinta-feira, com 309 km de vias paradas

ELVIS PEREIRA DE SÃO PAULO

Em um fim de tarde de 1982, motoristas atravessavam a Radial Leste, uma das principais avenidas paulis- tanas, a 41 km/h. No Minhocão, o cenário era ainda melhor: 47,5 km/h.

Sim, em pleno horário de pico num dia de semana. Hoje, acelerar assim nos mesmos endereços se tornou impossível. Na quinta passada, a cidade registrou 309 quilômetros de congestionamento, o recorde histórico.

A Folha analisou relatórios da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e de outros órgãos, de três décadas para cá, para entender por que o trânsito piorou tanto.

O crescimento da frota da capital paulista, por exemplo, foi assombroso. Desde 1997, a cidade ganhou mais veículos, 1,4 milhão, do que moradores, 1,3 milhão, segundo dados do Detran-SP (Departamento Estadual de Trânsito) e da Fundação Seade.

A cidade tem hoje quase 12 milhões de habitantes (em projeção do IBGE) e uma frota de veículos cadastrados de cerca de 7,5 milhões.

Com isso, o volume de automóveis circulando nas principais vias cresceu também. A avenida Tiradentes é um desses casos, com 112% mais carros no horário de rush' da manhã na comparação entre 1992 e 2012.

FUTURO

A principal solução para o problema do trânsito paulistano apontada por especialistas e políticos é desestimular o uso do carro. O transporte público é visto como a saída.

A frota de ônibus saltou de 2.500 veículos em 1982 para 15 mil em 2013, um crescimento na capacidade de atendimento de 4,8 milhões de passageiros por dia.

Em busca de saídas para o trânsito da cidade, a prefeitura promete chegar a 300 km de faixas exclusivas de ônibus até o final deste ano.

Outras soluções envolvem alcançar os 200 km de linhas de metrô até 2021 (hoje, há 74,3 km) e ampliar o rodízio para fora do centro expandido (medida que pode ser tomada até 2016).

Segundo a prefeitura, investir na criação de avenidas e túneis só para carros não interessa mais. A última grande obra viária foi a bilionária ampliação da marginal Tietê. Após breve alívio, a via voltou a congestionar como antes.

"Foi desperdício de dinheiro público", afirma o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto.


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