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Para candidatos a reitor, USP terá que cortar investimentos

Concorrentes participaram de debate da Folha; finanças foi um dos temas mais discutidos

Professores também debateram a última invasão da reitoria e a situação da instituição; eleição é em dezembro

DE SÃO PAULO

A USP terá de viver período de contenção de gastos nos próximos anos. A constatação foi feita pelos quatro candidatos a reitor da instituição.

Eles participaram anteontem de debate promovido pela Folha, mediado pela jornalista Sabine Righetti. A eleição será em dezembro.

Confirmada a previsão de contenção, a universidade não conseguirá manter o ritmo de investimento, o que dificultará o aumento de vagas na graduação, por exemplo.

Nos últimos anos, o Orçamento da universidade vinha crescendo fortemente --os recursos acompanham a arrecadação do governo estadual.

Com a diminuição da expansão da atividade econômica no país, o crescimento orçamentário da USP diminuiu, e os novos gastos passaram a pesar mais.

Segundo Hélio Nogueira da Cruz, um dos candidatos e ex-vice-reitor da atual gestão, a instituição tem usado 125% do que recebe.

Assim, já gastou cerca de R$ 1 bilhão dos seus R$ 3 bilhões de reserva (levantamento da Adusp, sindicato docente). O Orçamento da USP em 2013 é de R$ 4 bilhões.

Segundo Cruz, o próximo reitor "precisará olhar contratação por contratação". Caso continue o "desequilíbrio", afirmou, a USP "pode perder a autonomia, porque o governo do Estado pode ficar cansado" dessa situação.

Desde 1989, a universidade recebe percentual fixo da arrecadação estadual e gasta segundo suas diretrizes.

O candidato Wanderley Messias, ex-superintendente de relações institucionais, disse que será necessário um plano de contingência.

Messias afirmou ainda que a situação atual orçamentária é fruto de demandas da própria universidade, como a construção de um centro de convenções e de melhorias na carreira dos servidores.

O candidato Marco Antonio Zago, ex-pró-reitor de pesquisa, disse que o risco de perda de autonomia "é real".

Ele afirmou ser difícil detalhar como sair dessa situação porque "não há transparência na gestão de recursos".

O candidato José Roberto Cardoso, ex-diretor da Escola Politécnica, afirmou estar "preocupado" com a situação orçamentária. Ele também reclamou da falta de informações. "De quanto são nossas reservas? Quero que alguém chegue aqui e fale: É tanto'."

A seguir, outros pontos de discussão entre os candidatos à sucessão do atual reitor, João Grandino Rodas.

SITUAÇÃO DA USP

Zago - Há expectativa legítima da sociedade paulista de que a USP responda mais vigorosamente às demandas sociais crescentes. É preciso melhorar a qualidade da graduação, diminuir a evasão, hoje na casa dos 25%.

Cruz - Temos talentos, alunos, professores e servidores, que têm dado respostas favoráveis. Os indicadores como o ranking da Folha é um exemplo. Nesse sentido, a USP não está em crise. [Mas] nossa chapa vem falando há tempos de crise financeira.

Cardoso - O que mais me deu trabalho na Poli foi a infraestrutura de graduação, degradada. Tivemos de mexer também no currículo para deixá-lo mais moderno. E muitas unidades estão nessa situação [com problemas].

Messias - Vivemos ciclo virtuoso de expansão. Talvez um caso único no mundo de universidade desse tamanho, submetida a todo tipo de amarras, que consegue estar entre as melhores do mundo.

INVASÃO DA REITORIA

Messias - São legítimas as aspirações pela rediscussão dos estatutos. [Mas] não acredito que nossos alunos sejam capazes de tanta destruição. Acho que ficaram reféns de pessoas estranhas à USP.

Cardoso - Fiquei indignado com as cenas de depredação. Mas reconheço que se tivéssemos conversado com os alunos, creio que evitaríamos isso. Precisamos continuamente buscar o diálogo.

Cruz - Na universidade, temos deficit de democracia. Mais diálogo é o caminho. Claro que não podemos abrir mão de garantir o patrimônio público e o direito de ir e vir.

Zago - Faz mais de oito anos que isso se tornou banal. A pergunta é: por que não se tomou atitude até agora? Eles atacam a reitoria porque veem ali um inimigo, não está entendo que dentro da reitoria existe um parceiro.


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