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Promotoria apura se tênis de má qualidade foram contrabandeados

Edital exigia que produtos fossem fabricados no Brasil; empresa diz que suspeitas são falsas

Gestão Haddad (PT) aderiu à licitação organizada pelo governo federal e já gastou R$ 6 milhões

DO "AGORA"

O Ministério Público investiga se os tênis entregues para alunos da rede municipal de São Paulo foram contrabandeados da China.

Segundo a Promotoria, o edital da licitação, organizada pelo FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), do governo federal, exige calçados específicos e fabricação nacional.

Municípios de todo o país puderam aderir ao edital e efetivar a compra --foi o que fez a Prefeitura de São Paulo.

Em depoimento à Promotoria, uma testemunha informou que, "provavelmente, os produtos foram importados da China" e que a Vulcasul, que venceu a licitação, não tinha capacidade industrial para produzir mais de 800 mil pares de tênis, no prazo solicitado [90 dias].

"Se a suspeita [de fabricação na China] for confirmada, é contrabando", disse o promotor de Justiça do Patrimônio, José Carlos Blat.

A Vulcasul, de Itanhandu (MG), venceu em maio a licitação para fornecer os tênis para a rede municipal de São Paulo. Os calçados foram distribuídos em setembro. Em dois meses, já estavam estragados. "Solas, tecidos e cadarços são frágeis, há erros de numeração e palmilhas muito finas", afirmou Blat.

O contrato firmado pela gestão Fernando Haddad (PT) é de R$ 15 milhões (a prefeitura já pagou R$ 6 milhões). Segundo a Promotoria, seriam fornecidos 880 mil pares, de R$ 21 cada. O calçado recebido custa R$ 10, diz.

Outra investigação, diz a Promotoria, é sobre o laudo do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) apresentado pela empresa para atestar a qualidade dos produtos. Segundo a prefeitura, o IPT informou que o documento é falso e que o funcionário que o assinou foi demitido.

A prefeitura solicitou novo laudo ao instituto, que apontou 17 problemas nos tênis entregues. A promotoria investiga também se outras peças do uniforme escolar estão de acordo com o que foi definido nos contratos.

OUTRO LADO

A empresa Vulcasul, de Itanhandu (MG), afirmou, por meio de nota, que as informações divulgadas sobre o assunto "não correspondem com a verdade".

A empresa afirmou que disponibilizará, "até a próxima quarta-feira, os fatos e a verdade, lastreados em documentos, defesas e e-mails".

Questionada, a empresa não se pronunciou sobre o local de fabricação dos tênis que foram distribuídos aos alunos de São Paulo. (ANA FLÁVIA OLIVEIRA)


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