Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Fogo destrói auditório de Niemeyer no Memorial e deixa 16 feridos

Incêndio atingiu um dos símbolos da arquitetura de São Paulo; obras de arte foram danificadas

Curto-circuito é hipótese para acidente; prefeitura diz que alvará do local está vencido desde 1993

DE SÃO PAULO

Um grande incêndio destruiu ontem o auditório do Memorial da América Latina, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, danificou obras de arte e deixou ao menos 16 feridos de equipes de resgate.

O fogo atingiu um dos símbolos arquitetônicos da cidade --inaugurado em 1989 e tombado pelo patrimônio histórico. Começou antes das 15h e, oito horas depois, ainda havia pequenos focos, que seriam contidos de madrugada.

Os feridos estavam todos envolvidos no combate ao fogo --um brigadista e 15 bombeiros. Dois ficaram em estado grave, atingidos por labaredas ao entrar no auditório.

O material usado no isolamento acústico da sala tornou a fumaça tóxica, segundo a Defesa Civil.

O presidente da Fundação Memorial, João Batista de Andrade, defende a tese de que um curto-circuito pode ter sido a causa do incêndio.

O fogo se alastrou no carpete do auditório de forma rápida. O incêndio só foi controlado depois das 18h. "O auditório ficou destruído", diz Jair Pacca, coordenador da Defesa Civil Municipal.

O local, segundo a prefeitura, está com alvará vencido desde 1993. O Memorial afirma que as vistorias dos bombeiros estão em dia, que há uma licença especial do auditório e que os documentos para a operação do complexo foram entregues.

ARTE

O fogo danificou uma obra de tapeçaria da artista plástica Tomie Ohtake, além de uma escultura de uma pomba, de Alfredo Ceschiatti.

Houve confusão no entorno. Vizinha ao local, a Rede Record determinou que seus funcionários saíssem do seu prédio, devido ao risco de intoxicação pela fumaça.

O auditório Simón Bolívar tem capacidade para 1.600 pessoas e é uma das principais estruturas do Memorial.

Segundo a assessoria de imprensa do local, não havia ninguém no auditório na hora do começo do incêndio.

A Folha, porém, conversou com um grupo de seis pessoas que disse que fazia manutenção elétrica dentro do auditório. O trabalho, segundo eles, era feito num ponto diferente do local de início do fogo. Disseram ainda que tiveram de correr e deixaram pertences dentro da sala.

O Memorial estava sem energia antes do incêndio. O fogo, disse um funcionário, começou quando um gerador entrou em funcionamento.

O governador Geraldo Alckmin esteve no local em solidariedade aos bombeiros. O Memorial é vinculado ao governo de São Paulo.

PERDA CULTURAL

"O prejuízo cultural é imenso", afirmou o secretário estadual da Cultura, Marcelo Araújo. "Vamos buscar todos os meios de reparação e devolver esse espaço aos frequentadores", disse Araújo.

A fundação afirmou não ser possível ainda calcular os prejuízos financeiros nem todas as peças danificadas.

"É uma obra de tamanho inusitado dentro da obra fantástica de Oscar Niemeyer", disse Tomie Ohtake à Folha. (EDUARDO GERAQUE, GIBA BERGAMIN JR., LAURA CAPRIGLIONE, PEDRO IVO TOMÉ, ARETHA YARAK, ANDRÉ MONTEIRO E RICARDO BUNDUNKY)


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página