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Chance de artefato de catador explodir é 'ínfima', diz laudo

Garrafas apreendidas com rapaz condenado no Rio tinham 'chance ínfima de funcionar como coquetel molotov', afirmam peritos

LUCAS VETTORAZZO DO RIO

O laudo técnico do Esquadrão Anti-bombas da Polícia Civil, parte do processo que terminou com a condenação do morador de rua Rafael Braga Vieira, 26, por posse de artefato explosivo, afirma que as duas garrafas encontradas com ele tinham "ínfima possibilidade de funcionar como coquetel molotov".

Os peritos afirmam, no entanto, que o álcool encontrado em uma das garrafas poderia ser usado como combustível em incêndios.

Catador de latinhas, Vieira foi condenado pela Justiça, em primeira instância, a cinco anos e dez meses em regime fechado. É o primeiro condenado após participação em manifestação no Rio neste ano. Cabe recurso.

De acordo com o documento, em uma das garrafas encontradas com o morador de rua havia álcool; em outra, água sanitária --substância não inflamável, diz os peritos. A duas tinham pedaços de pano no bocal que poderiam funcionar como pavios.

Na sentença, o juiz Guilherme Schilling Pollo Duarte cita trecho da denúncia do Ministério Público, que afirma que o réu "portava dois frascos contendo substância inflamável [...] conhecidos como coquetel molotov".

O laudo diz ainda que as garrafas eram de plástico. Os peritos explicam que coquetéis molotovs só funcionam quando uma garrafa com material inflamável se quebra ao se chocar com outro objeto, espalhando as chamas.

Se feitos com garrafas plásticas, diz o texto, têm "mínima possibilidade" de quebra.

SEM EFEITO EXPLOSIVO

Especialista em explosivos, o capitão de fragata da reserva da Marinha Theo Toscano explicou à Folha a que o coquetel molotov é feito com garrafa de vidro (e não de plástico) e uma combinação de óleo e gasolina.

Uma estopa serve de pavio para que, quando o artefato seja arremessado, se consiga o efeito explosivo e incendiário ao mesmo tempo.

A garrafa plástica com álcool, diz, pode ser usada para ferir alguém, mas não pode ser considerada molotov.

"O álcool da garrafa plástica com pavio vai incendiar, mas não terá o efeito explosivo. Ele pode ferir pessoas, mas a chance maior é que quem o carregue coloque fogo em si próprio antes de conseguir arremessá-lo."

MARCHA

Vieira foi preso no centro do Rio durante o protesto que ficou conhecido como "a marcha de 1 milhão", que tomou a avenida Presidente Vargas e cujo público foi estimado pela Coppe/UFRJ em 300 mil.

O juiz definiu a pena em regime fechado considerando a reincidência de Vieira. Ele já foi condenado e cumpriu pena duas vezes por roubo.

A Defensoria Pública, que defendeu Vieira, informou que ainda não foi notificada da decisão da Justiça. Ele já está preso preventivamente.


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