Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Nova barragem irá afogar o 'pantanal paulista'

Na área, conhecida como Tanquã, vivem espécies em perigo de extinção

Orçado em R$ 670 milhões, projeto foi desenvolvido para deixar trecho do rio Piracicaba navegável

EDUARDO GERAQUE DE SÃO PAULO

A partir de terça-feira, a região de Piracicaba deverá optar entre manter uma área de várzea, com peixes e aves migratórias, ou construir uma barragem, orçada em R$ 670 milhões, que deixará o rio Piracicaba navegável em 55 km.

A opinião da população sobre a construção será ouvida em diversas audiências públicas e ajudará a decidir o futuro do local, hoje chamado de "pantanal paulista".

Apesar de a obra ter apoio tanto estadual quanto federal, já que entra no contexto da hidrovia Tietê-Paraná, a barragem de Santa Maria da Serra vai provocar o afogamento da área de várzea conhecida como Tanquã.

Pelo menos 65 famílias de pescadores que moram na região vão ter que deixar suas casas, que ficarão submersas pelas águas do lago.

Os impactos ecológicos podem não se limitar ao desaparecimento da grande várzea. A estrada provisória que precisará ser criada para uso na obra e o canteiro a ser usado pelos futuros trabalhadores (serão 1.400 no pico da obra) vão ficar colados às matas da Barreiro Rico.

A região é composta de três fragmentos de mata atlântica ainda intactos, apesar de a área ser produtora de cana. O maior pedaço, de 1.451 hectares, tem apenas duas ligações com o rio Piracicaba.

São esses córregos, protegidos por áreas de proteção permanente, que serão atravessados pela estrada provisória projetada para obra.

De acordo com especialistas ouvidos pela Folha, essa alteração pode prejudicar o abastecimento natural de água que a mata tem.

No local, vivem espécies de grande porte em perigo de extinção, como macacos (Muriqui do Sul), queixadas e o gato-maracajá. Além de várias espécies de aves.

A floresta é toda particular e mantida por fazendeiros, que recebem grupos de observadores de pássaros e de fauna, além de cientistas.

PROJETO

Os estudos para a construção da obra, que conta ainda com uma pequena hidrelétrica acoplada e uma eclusa, existem desde 1970. Mas nenhum governo havia decidido por investir no projeto.

De acordo com estimativas feitas pelo governo, para ser realizada de maneira completa, a obra vai precisar de pelo menos mais R$ 150 milhões em investimentos.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página