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Paulo David Branco (1928-2013)
Cirurgião, era contra 'achismos'
ANDRESSA TAFFAREL DE SÃO PAULOEm suas aulas na Faculdade de Medicina da USP, Paulo Branco sempre ensinava que achar é um verbo proibido em sua profissão. "Médico não acha nada, só papel no chão. É ou não é", dizia.
Conhecido por sua determinação, tinha posições marcantes e prezava pelo cumprimento de horários. Se uma operação estava marcada para as 7h, por exemplo, não podia atrasar nem um minuto.
Por 35 anos, chefiou a equipe de cirurgia do pronto-socorro do Hospital das Clínicas de São Paulo. Também trabalhou no Sírio-Libanês e foi um dos primeiros médicos do Sesi a atuar no setor de recuperação de acidentados.
Mesmo aposentado, prestava, gratuitamente, assistência em hospitais públicos na capital paulista, como o da Vila Alpina, na zona leste, e o de Pedreira, na zona sul.
No início da carreira, reunia em sua casa, à noite, estudantes interessados em cirurgia, a fim de orientá-los. Nessas reuniões, foram criadas as bases da terapia intensiva, implantada no HC no começo da década de 1960.
Era dedicado e atencioso com os pacientes e a família, mas prezava pela honestidade. Alegre, não perdia a oportunidade de fazer brincadeiras com qualquer pessoa.
Adorava esportes e, durante a universidade, não deixou de participar de competições. Nadava no clube Paulistano até pouco tempo atrás.
Morreu no dia 1º de dezembro, de falência de múltiplos órgãos, aos 85. Deixa a viúva, Maria Helena, quatro filhos, nove netos e dois bisnetos.
A missa do sétimo dia será realizada às 19h de hoje, na igreja São Pedro São Paulo, Cidade Jardim, São Paulo.